As Centrais Sindicais, por meio dos jornais, receberam com indignação as declarações do Ministro Rui Costa, em entrevista à rádio Metrópole de Salvador, no dia 11 de março. Na entrevista, Rui Costa disse:
“Há uma tendência à inércia grande, em geral, no serviço público; Digo sempre que quem é Prefeito, Governador, Presidente da República tem que pisar no calcanhar, fungar no cangote para as coisas andarem.”
Rui Costa tenta atribuir a culpa pelos problemas nos serviços públicos nos servidores, que já foram chamados de “marajás”, “preguiçosos” e “parasitas” em outros momentos. Declarações feitas por ministros e presidentes sempre na perspectiva de desqualificar os trabalhadores e trabalhadoras do serviço público e, assim, não reconhecer a responsabilidade dos próprios governantes sobre os problemas que assolam os serviços públicos.
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Os dois anos de pandemia de COVID-19, que assolou nosso país, mostraram a importância e o compromisso dos servidores públicos para garantir a vacinação da população, implementar os programas sociais que garantiram renda à população vulnerável durante o período de isolamento social e impedir que a corrupção desviasse as verbas públicas destinadas a enfrentar a pandemia de COVID-19.
Rui Costa, ao invés de reconhecer o papel fundamental dos servidores públicos, que trabalham muitas vezes em condições precárias, prefere desqualificar os servidores públicos com declarações que servem para naturalizar a prática de assédio moral por parte das chefias e gestores. Esse assédio moral se converteu em um enorme problema e é responsável pelo adoecimento de milhares de servidores públicos de todas as esferas no Brasil.
Como ministro da Casa Civil, Rui Costa deveria estar trabalhando para garantir as verbas necessárias para valorizar os servidores públicos federais, que acumulam enormes perdas salariais na última década, e que em 2024 sofrem com uma política de 0% de reajuste salarial.
Deveria direcionar suas energias para reverter a política de desmonte, privatização, terceirização e precarização dos serviços públicos, que avançou muito no país nas últimas 3 décadas. Mas, ao contrário disso, prefere dar declarações absurdas para desqualificar os servidores públicos.
As Centrais Sindicais manifestam seu repúdio às declarações de Rui Costa e esperam retratação e reconhecimento do ministro Rui Costa. Reafirmamos que não existe serviço público de qualidade, sem servidores públicos valorizados. Atacar os servidores públicos é atacar os serviços públicos.
Assinam: CESP, CSB, Força Sindical, CTB, NCST, UGT, Intersindical, CSP-Conlutas e Pública.
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil