Após ato e reunião na Câmara de Vereadores, expectativa é de que os vencimentos sejam quitados até a próxima quinta-feira
O salário dos cerca de 90 trabalhadores contratados pela empresa terceirizada JOB, que presta serviço de vigilância armada para a Prefeitura Municipal de Passo Fundo, deve ser quitado na quinta-feira (18).
De acordo com o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Passo Fundo, Rodolfo Silva Boita, a confirmação se deu após uma reunião da entidade com representantes do Poder Público Municipal, realizada na tarde de segunda-feira (15), logo após os colaboradores se manifestarem em frente à rampa de acesso à Câmara Municipal de Vereadores.
Entre o movimento das bandeiras sindicais e palavras de ordem ditas ao microfone, a categoria reivindicava a quitação da folha de pagamento, em atraso há 10 dias. Boita revelou que os pagamentos mensais, no entanto, não constituem um problema único porque “o FGTS não está sendo depositado e os trabalhadores não estão recebendo auxílio-transporte, armamento nos postos de trabalho e os coletes balísticos estão com a data de vencimento ultrapassada”, afirmou.
“Eles [a empresa] estão tendo lucro enquanto os trabalhadores estão arriscando a vida”, bradou o líder sindical, interpelando os vereadores que se dirigiam à Sessão Plenária agendada para a data. O vereador Patric Cavalcanti (DEM), justificou o atraso alegando que a empresa não havia apresentado ao Município a certidão negativa do INSS e nem o pagamento do FGTS. “Nós notificamos e solicitamos junto à administração para que a Prefeitura fizesse a suspensão e o cancelamento do contrato com a JOB”, pronunciou-se.
Além do pagamento dos colaboradores, Boita assegura que, mesmo com desconto em folha, a empresa arrecada o valor da contribuição sindical, porém não a repassa ao sindicato. “Nós estamos ao lado do trabalhador porque eles são responsáveis pela segurança do patrimônio público e, mesmo sem receber, não deixam os postos”, atesta.
Serviço prestado, mas sem remuneração
Entre os manifestantes que se aglomeraram à porta da Casa Legislativa estava João Hamilton. Há 3 meses sem receber pelos serviços prestados e pai de 4 filhos, ele relata depender de familiares para conseguir quitar as dívidas mensais com o suporte dos rendimentos da esposa. “Até o momento, não recebi o salário e nem o valor referente ao período de férias, desde o dia 1º de fevereiro. Não tem outro jeito de eles pagarem se não é com protesto e paralização”, desabafa.
Com o extrato bancário negativo em mãos, o colaborador Célio Siqueira também se somou ao movimento. Atuando como vigilante desde 2015 na empresa, ele demonstra preocupação com os constantes atrasos da empresa. “Minhas filhas fazem faculdade e algumas contas a gente não pode deixar de pagar”, comenta.
O que diz a empresa
A empresa JOB não atendeu ou retornou as ligações realizadas pela redação do jornal O Nacional até o fechamento desta edição.
Fonte: O Nacional