Joana Lopes aproveitou o encontro em Brasília para defender o Sistema Único de Saúde (SUS) e seus trabalhadores
Organizada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), a 1ª edição da Conferência Nacional de Vigilância em Saúde, evento que vai construir a Política Nacional de Vigilância em Saúde, acontece desde terça-feira (27), no Centro de Eventos da Ascade, em Brasília, e vai até a próxima sexta (2).
A vice-presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) Joana Lopes, que também representa a Federação Nacional dos Odontologistas (FNO) e foi indicada pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Trabalhadores da Área de Saúde (FENTAS), fez cobranças por melhorias no Sistema Único de Saúde (SUS).
“Resistência; o SUS é do brasileiro, construído pelo brasileiro e não pode ser tomado. O Sistema Único de Saúde não foi feito em gabinete, ele foi construído pelo povo através do controle social. Quando a gente incluiu os artigos 196 a 200 da Constituição, demos obrigação ao Estado brasileiro de assumir a inclusão social e a defesa da nossa vida e da saúde do povo brasileiro. Nós somos os trabalhadores que estão na ponta cuidando de você, queremos dar o melhor de nós pelo usuário, mas não temos como. O Sistema Único de Saúde é muito bom, tão bom que a rede privada quer se apropriar dos recursos do SUS. Quando um rico ou pobre sofre acidente, quem toma conta dele é o SAMU, que é do SUS”, disse Joana, fazendoduras críticas à Emenda Constitucional (EC) 95/2016, que trata do novo regime fiscal.
“Essa Emenda Constitucional é uma emenda traidora do povo brasileiro, é uma emenda desumana, que vai fazer com que haja um agravamento sério, e é isso que o presidente quer? Que nós sejamos dizimados pelos mosquitos da vida? A gente precisa primeiro cuidar da politização desse povo para dizer não a tudo que está ai”, completou.
Presidente do Sindicato dos Odontologistas do Estado da Paraíba (SINDODONTO-PB), Joana também cobrou mudanças na saúde dos profissionais do SUS.
“Nós precisamos também cuidar da vigilância da saúde dos trabalhadores da saúde pública, porque nós cuidamos da população e não tem quem cuide da gente. Não existe uma estatística comprovando o número de adoecimento e de afastamento desses trabalhadores, e isto precisa ser visto. Nós estamos a cada hora cuidando de vocês, correndo riscos, mas fazemos isso com muita alegria, porque abraçamos cuidar da vida do povo brasileiro, por isso somos 100% SUS. Pois a vida do brasileiro não é mercadoria para ser negociada com planos de saúde. O Brasil precisa resistir, nós temos desafios no SUS, nós não temos uma carreira e temos salários que são vergonhosos. Vamos lutar para defender o SUS. E defender um salário único para o trabalhador do SUS”, finalizou a dirigente.
O evento reúne cerca de duas mil pessoas, entre acadêmicos, especialistas, conselheiros de saúde, trabalhadores, usuários e gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) de diversos estados brasileiros, que foram escolhidos nas conferências municipais, estaduais e plenárias de 2017.
Durante os dois primeiros dias, estão sendo apresentados painéis com palestras com os temas: “Vigilante em Saúde: Direito, Conquistas e Defesa de um SUS Público de Qualidade”, “O lugar da Vigilância em Saúde no SUS”, “Saberes, Práticas processos de Trabalhos e Tecnologias na Vigilância de Saúde”, “Responsabilidade do Estado com a Vigilância em Saúde” e “Vigilância em Saúde Participativa e Democrática para Enfrentamento das Iniquidades Sociais em Saúde”. Nos outros dias, os representantes participarão de grupos de trabalho, atividades culturais e da plenária final.