Centrais sindicais emitem nota sobre a tragédia em Cabreúva – A notícia de cinco mortes e mais de 30 feridos em uma metalúrgica em Cabreúva, interior de São Paulo, entristece e revolta.
É uma tragédia que mostra como é fundamental a luta por mais investimentos em saúde e segurança e pelo meio ambiente saudável no trabalho. Uma luta que, infelizmente, foi prejudicada pela retirada de direitos trabalhistas e pela retrógrada visão de que investir em proteção é despesa.
Conforme informou a imprensa, a metalúrgica não tinha AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), documento que assegura que o espaço tenha condições para lidar com situações de incêndio e pânico, que necessitem de rápida evacuação.
Isso é mais um reflexo de uma política de descaso com o povo, que vivemos nos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro. Foram governos que se esforçaram para destruir a proteção e as perspectivas dos trabalhadores, desmontando o Ministério do Trabalho, acabando com a fiscalização e inspeção, e, principalmente, atacando os sindicatos e a luta dos trabalhadores e trabalhadoras por condições dignas e seguras no exercício de suas funções.
A história nos ensina que só coletivamente podemos dar solução aos problemas sociais, e isso nada mais é que a expressão de um sindicato forte. Precisamos de sindicatos fortes para que notícias como a das mortes e feridos em Cabreúva parem de ocorrer.
É necessário fortalecer uma política de Estado que efetive o sistema de prevenção de doenças e acidentes de trabalho e garanta instrumentos legais para a fiscalização em defesa do meio ambiente profissional e da saúde do trabalhador.
Exigimos dos governos e das autoridades uma investigação rigorosa com responsabilização e punição dos culpados. O trabalho deve ser um meio de vida e não o caminho para a morte.
Expressamos nossa solidariedade aos familiares enlutados e aos acidentados.
São Paulo, 2 de setembro de 2023
Antonio Neto, presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)
Sérgio Nobre, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
Miguel Torres, presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Moacyr Roberto Tesch Auersvald, presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)
Nilza Pereira de Almeida, secretária-geral da Intersindical (Central da Classe Trabalhadora)
José Gozze, presidente da Pública, Central do Servidor
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