Tecnologia pode extinguir empregos – Um a cada quatro trabalhadores (23%) deve perder o emprego – ou ser realocado em um novo cargo – por causa da inteligência artificial e de outras tecnologias digitais nos próximos cinco anos.
Essa é uma das principais conclusões do Future of Jobs Report (Relatório sobre o Futuro do Trabalho), recém-lançado pelo Fórum Econômico Mundial. As informações são de Carlos Juliano Barros no site UOL.
Publicado a cada dois anos, o relatório tem por objetivo captar as principais tendências do mercado de trabalho. No último levantamento, foram consultadas 803 empresas, espalhadas por 45 países.
A tecnologia vai criar ou destruir empregos?
O relatório do Fórum Econômico Mundial fornece algumas pistas sobre uma das questões mais debatidas atualmente.
Metade das corporações ouvidas estão otimistas e acreditam que o ‘big data’, os sistemas de nuvem e a inteligência artificial vão gerar novos postos de trabalho. Já 25% das empresas acreditam que a tecnologia vai aniquilar vagas.
A impressão varia de acordo com o segmento empresarial. Quem é do ramo dos meios de comunicação tende a ser mais pessimista, enquanto quem atua com e-commerce, por exemplo, está mais animado com o futuro.
O relatório faz uma projeção sobre os postos de trabalho envolvidos direta ou indiretamente nas cadeias produtivas das empresas analisadas, um total de 673 milhões.
O aponta que o número de vagas criadas será menor do que o das eliminadas e que até 2027, a estimativa é de um saldo negativo de 14 milhões de empregos.
Automação
Nas empresas consultadas pela pesquisa, cerca de um 1/3 das tarefas é realizada por robôs e sistemas automatizados, atualmente. Isto é, a maior parte do trabalho continua sendo feito por homens e mulheres.
A maioria das companhias tem planos de investir em tecnologia e plataformas digitais num futuro próximo, mas o estudo detectou queda na expectativa de robotização.
No último levantamento, a perspectiva era de que, em cinco anos, 47% das tarefas fossem automatizadas. Na atual edição, esse número recuou para 42%.
Isto pode ser um sinal de que a adoção de tecnologias digitais pode acontecer num ritmo menos frenético do que se imaginava.
Desigualdade
Um dos principais desafios identificados pelo estudo é o comportamento do mercado de trabalho pós-pandemia e em meio à Guerra da Ucrânia.
Nos países desenvolvidos, o desemprego tem se mantido em níveis baixos e em alguns casos, menores até do que se verificava antes da covid-19.
Atualmente, a taxa média de desocupação nas nações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de 4,9%, a menor desde 2001.
Já nos países em desenvolvimento, o desemprego continua alto e a queda na renda, motivada pelo aumento da inflação, é uma realidade.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), houve uma redução real no valor dos salários pela primeira vez em quinze anos: 0,9% no primeiro semestre de 2022.
Uma das hipóteses levantadas no relatório para explicar a disparidade entre países desenvolvidos e emergentes é a falta de investimentos públicos para dar suporte a empresas e trabalhadores.
“O crescimento da instabilidade geopolítica, a incerteza econômica, a disparada da inflação e a elevação nos preços das commodities” são outras preocupações para o mercado de trabalho para os próximos 5 anos, diz o documento.
Com informações de: UOL
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
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