Governo do Estado do Mato Grosso anunciou interrupção nos pagamentos dos trabalhadores que estiveram na greve pelo Reajuste Geral Anual dos salários em junho
O Sindicato Estadual dos Servidores Públicos do Sistema Agrícola Agrário e Pecuário do Estado de Mato Grosso (SINTAP/MT) está mobilizando os servidores dos Institutos de Terras e de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso, respectivamente, Intermat e Indea, contra a medida arbitraria do governo do Mato Grosso de cortar 11 dias de pagamento de 800 servidores que participaram da greve geral que aconteceu no estado em junho de 2016 pelo pagamento do Reajuste Geral Anual (RGA) dos salários.
Como resposta à decisão do governo, os servidores do Indea e Intermat entraram em estado de greve a partir do dia 20 de julho. Segundo Diany Dias, presidente do SINTAP/MT e vice-presidente da CSB, a categoria vem sendo desrespeitada constantemente pela gestão estadual em diversas questões. “A principal delas foi a ordem de corte de ponto dos servidores do Indea e Intermat. Essa decisão é inadmissível. Numa greve geral de 31 carreiras estaduais, onde a entidade sindical não foi notificada sobre uma possível ilegalidade da paralisação, é injustificável os descontos na folha de pagamento de qualquer servidor, muito menos de apenas uma das carreiras em greve”, avaliou a dirigente.
Os servidores decidiram por unanimidade entrar em estado de greve na assembleia geral promovida pelo sindicato na última quarta-feira, dia 20. “Essa decisão, significa que, caso as negociações para sanar esses e outros problemas recorrentes nessas autarquias – como não pagamento do integral do RGA, o retorno da identificação da madeira e o pagamento das diárias para os servidores no primeiro dia do cumprimento da ordem de serviço -, os trabalhadores podem deflagrar nova greve a qualquer momento sem que seja necessário cumprir os trâmites legais de marcar nova assembleia com publicação em edital e cumprir prazos”, argumentou a presidente do SINTAP/MT.
Como consequência do estado de greve, os servidores irão trabalhar em operação padrão, ou seja, irão fazer apenas o que é possível com a atual estrutura oferecida pelo Estado, explica Diany. “Assim, se não há diárias depositadas nas contas, os servidores não vão viajar gastando do próprio bolso, até porque tiveram prejuízo este mês com o corte inconsequente do ponto. E também se os carros para viajar estiverem com documentos vencidos, como é o caso atual, os servidores não viajarão mais arriscando suas vidas para satisfazer quem corta o ponto indiscriminadamente, e também não vão mais usar a internet particular para agilizar os trabalhos do Indea”, salientou.
O diretor nacional da CSB, Wagner Oliveira, também esteve presente na assembleia que decidiu que os servidores do Indea e Intermat entrariam em estado de greve. “Muitos trabalhadores com mais de 30 anos de casa tiveram entre R$ 1 mil e R$ 5 mil cortados dos salários porque fizeram greve para reivindicar algo que é de direito dos servidores, o pagamento integral do RGA. Este não é um momento de ter medo, os trabalhadores unidos mostraram para este governador ditatorial que está à frente do governo do Mato Grosso que a união faz a força. Caso os valores que foram descontados não forem restituídos, haverá uma nova greve geral no estado”, avisou.