CSB defende protagonismo dos trabalhadores em seminário pré-COP30 do MTE e OIT

A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) participou do Seminário Nacional Pré-COP30: Promovendo Trabalho Decente e Transição Justa, realizado nesta quarta-feira (8) no auditório do Instituto Rio Branco, em Brasília. O evento, promovido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), reuniu representantes do governo federal, organismos internacionais, centrais sindicais e entidades empresariais em debates preparatórios para a COP30, que ocorrerá em Belém (PA) em novembro.

A CSB foi representada pelos dirigentes Paulo de Oliveira (secretário nacional de Mobilização), Antonieta de Faria (secretária nacional da Mulher Trabalhadora) e Pedro Orlando Petrere Júnior (1º Secretário dos Profissionais Liberais), que defenderam o papel central dos trabalhadores nas políticas de transição ecológica. Durante o seminário, a central enfatizou que a transição justa só será efetiva com a participação ativa dos trabalhadores nas decisões e com a garantia de que também serão beneficiados pelas transformações em curso.

Defesa da inclusão e dos direitos

Os representantes da CSB destacaram pontos considerados essenciais para uma transição verdadeiramente justa. “A transição justa só será real se o trabalhador for parte ativa das decisões e beneficiário direto das mudanças que estão por vir”, afirmou Paulo de Oliveira.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e o dirigente da CSB Paulo de Oliveira

Antonieta de Faria ressaltou a necessidade de inclusão: “É essencial garantir que mulheres, jovens e populações mais vulneráveis estejam incluídas nos programas de qualificação e nas novas oportunidades do trabalho verde”.

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Já Pedro Orlando Petrere Júnior chamou a atenção para a importância da proteção legal: “As transformações climáticas e produtivas precisam vir acompanhadas de marcos legais e negociações coletivas que assegurem proteção e direitos”.

Diálogo social

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, abriu o evento destacando que “a transição justa não é apenas sobre economia ou tecnologia, mas sobre pessoas, trabalhadores e trabalhadoras que estão no centro das mudanças”. Ele enfatizou o papel constitutivo dos sindicatos na estratégia de transição e a necessidade de políticas públicas estruturadas para garantir emprego decente, proteção social e oportunidades de formação.

O enviado especial da Presidência da COP30 para os sindicatos, Clemente Ganz Lúcio, reforçou a relevância da participação sindical nas políticas climáticas, enquanto a diretora-executiva da COP30, Ana Toni, destacou a importância do alinhamento entre governo, empresas e trabalhadores para uma transição inclusiva.

Desafios

O campeão climático de Alto Nível da COP30, Dan Ioschpe, abordou os desafios da transição energética, alertando que “a transição para uma economia de baixo carbono não pode ser apenas um debate econômico”, defendendo a criação de empregos verdes decentes e a capacitação dos trabalhadores.

A embaixadora da Espanha no Brasil, Pilar Fernández-Palacios, falou sobre a necessidade de cooperação internacional, enquanto Vinicius Carvalho Pinheiro, diretor da OIT Brasil, alertou sobre os impactos das mudanças climáticas na força de trabalho e a urgência de políticas de proteção social.

Posicionamento estratégico

Para a CSB, o seminário representou mais uma etapa na construção da posição brasileira rumo à COP30, reafirmando que a transição justa deve começar no chão de fábrica, no campo e nos serviços, com o olhar voltado para quem produz a riqueza do país: o trabalhador.

O evento consolidou a percepção de que o desenvolvimento sustentável precisa ser conduzido por meio do diálogo social tripartite – envolvendo governo, trabalhadores e empregadores – mantendo as pessoas no centro das políticas públicas para enfrentar os desafios climáticos e sociais.

Com informações de Ministério do Trabalho

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