Servidores federais se revoltam com previsão de reajuste para 2024 e ameaçam greve

Representantes dos servidores do Executivo federal manifestaram indignação com o valor reservado pelo governo no orçamento de 2024 para reajuste salarial da categoria. Conforme foi informado durante a 4ª reunião da Mesa de Negociação Permanente nesta terça-feira (29), há apenas R$ 1,5 bilhão para o reajuste, o que seria suficiente para uma recomposição menor que 1%.

O anúncio descumpre a promessa feita pelo governo federal durante as negociações de reajuste realizadas no início do ano, em que os servidores federais aceitaram um índice de 9% com base em dois argumentos:

– Primeiro, de que não havia espaço para um reajuste maior no orçamento que já havia sido aprovado pelo Congresso em 2022,

– E segundo de que o próximo orçamento – este sim formulado pelo atual governo – contaria com uma reserva maior para repor as perdas inflacionárias da categoria.

O secretário de Relações de Trabalho do Ministério da Gestão, José Lopez Feijóo, disse que a pasta vai tentar uma ampliação dos recursos, mas que isso dependerá de um aumento de arrecadação conforme é esperado pelo governo segundo semestre, respeitando as regras do arcabouço fiscal.

“A Bancada Sindical reconhece a relevância da Mesa Permanente na manutenção do diálogo entre os trabalhadores públicos e o governo, mas exige que as respostas do MGI às propostas feitas na mesa sejam feitas de maneira mais objetiva. A valorização dos servidores públicos e a atenção às suas demandas são essenciais para um serviço público de qualidade e uma sociedade mais justa”, diz a nota divulgada pelas entidades sindicais que participam da Mesa.

A bancada também expressou preocupação em relação à falta de atenção dada pelo governo a pautas não remuneratórias com grande importância para a categoria, em especial a revogação do Decreto 10.620/2021, assunto sobre o qual não obtiveram qualquer resposta.

“Essa legislação, que versa sobre a criação da unidade gestora previdenciária, é uma questão que afeta diretamente os interesses dos trabalhadores e merece a devida atenção do governo”, afirma o comunicado.

Após a reunião, os sindicalistas decidiram convocar uma plenária nacional dos servidores para debater um calendário de mobilização, “inclusive com possibilidade de greve”.

“Está na hora de irmos para as ruas pressionar, cobrar parlamentares e denunciar à sociedade em geral. Se preciso for, iremos construir a greve geral do funcionalismo público federal e resgatar a dignidade”, conclui o texto.

Assinam o documento da bancada sindical: CSB, CUT, CTB, Força Sindical, UGT, NCST, CSP-Conlutas, Pública, Intersindical, Fonacate e Fonasefe.

Compartilhe:

Leia mais
Camara aprova teto salario minimo e mudança bpc
Corte de gastos: Câmara aprova teto para aumento do salário mínimo e mudança no BPC
CSB na Secretaria nacional da juventude conjuve
CSB assume cadeira no Conjuve, conselho que debate políticas públicas para a juventude
codefat aprova calendario pagamento abono salarial 2025
Conselho aprova calendário de pagamento do Abono Salarial para 2025; confira datas
regras aposentadoria 2025 reforma da previdência
Haverá ajuste na idade para pedir aposentadoria em 2025; entenda as novas regras da previdência
Câmara aprova fim da desoneração da folha de pagamento
Câmara aprova imposto mínimo de 15% sobre lucro de multinacionais, seguindo padrão da OCDE
aumento salário mínimo 1954 getúlio vargas
O que aconteceu no Brasil depois que Getúlio aumentou em 100% o salário mínimo
Fachada tst
TST derruba regra da reforma trabalhista que limitava acesso à Justiça gratuita; entenda
trabalhadora obrigada a mostrar os seios
Empresa é condenada a indenizar trabalhadora obrigada a mostrar os seios para superior
paralisação sindimetropolinato ônibus porto alegre
Rodoviários da região de Porto Alegre paralisam atividades por reajuste salarial não pago
Flavio Dino e Rubens Paiva
Lembrando Rubens Paiva, Dino defende que Lei da Anistia não se aplica a ocultação de cadáver