Servidores do Rio Grande do Sul se mobilizam em apoio aos caminhoneiros

Pautas dos servidores vão além do manifesto contra o aumento do combustível

A greve dos caminhoneiros no Brasil, que entrou no quinto dia consecutivo e luta contra a disparada no preço do diesel causada pela política de preços da Petrobrás, tem recebido apoio da população e de diversas categorias de trabalhadores de todos os estados brasileiros. No Rio Grande do Sul, servidores municipais cruzaram os braços nesta sexta-feira (25) em solidariedade à paralisação dos caminhoneiros.

CSB promove ações de apoio e solidariedade pelo País em defesa dos caminhoneiros

A presidente da Seccional Rio Grande do Sul da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Eliane Gerber, declarou seu apoio à luta dos caminhoneiros e garantiu que as entidades filiadas à CSB continuam no enfrentamento.

“Prestamos todo apoio ao movimento dos caminhoneiros, que está acontecendo não somente no Rio Grande do Sul, mas em outros estados. Essa é uma luta de toda a sociedade, e, por isso, nossos filiados estão nas ruas e farão todo movimento possível para que este governo entenda a mensagem do povo, que está cansado com tantos aumentos nos combustíveis”, falou Eliane.

Sergio Arnoud, presidente da Federação Sindical dos Servidores Públicos no Estado do Rio Grande do Sul (FESSERGS), convocou seus sindicatos filiados para ajudar na mobilização dos caminhoneiros.

“Conclamamos todos os nossos sindicatos filiados a apoiarem decididamente a manifestação dos caminhoneiros em todo Rio Grande do Sul. Não podemos tolerar que o governo coloque sobre as costas dos caminhoneiros e da sociedade o preço da sua incompetência. A solução deste problema passa pela taxação das grandes fortunas, pela limitação dos gastos com o sistema financeiro e também pelo combate à corrupção”, declarou o dirigente, que também é vice-presidente nacional da Central.

Além da redução dos combustíveis, os servidores ampliaram a pauta de reivindicação e também protestaram contra as reformas e a posição do atual governo, que não tem privilegiado os trabalhadores.

Na cidade de Capão de Canoa e Xangri La, municípios a cerca de 140 km da capital, Porto Alegre, os servidores se reuniram no início da tarde em frente ao sindicato e partiram em passeata até a prefeitura.

Presidente do Sindicato dos Municipários de Capão da Canoa e Xangri-La (SIMCCX) e coordenadora regional da Seccional RSda CSB, Fernanda Veloso acredita que as mobilizações também passam por outras questões.

“O nosso ato é em apoio aos caminhoneiros, mas não somente a eles. Acreditamos que está na hora do Brasil mostrar para esse governo que rasgou a nossa CLT, que está tentando retirar mais direitos, que está tentando desmoralizar os sindicatos perante a sociedade, que nós fazemos sim a diferença, que nós podemos mudar, que estamos atentos, que não aguentamos mais a alta dos impostos e que não aguentamos mais pagar a conta da corrupção. Está na hora do governo fazer a lição de casa, ao invés de pagar dívidas bilionárias dos bancos e descontar no povo a falta de dinheiro”, disse Fernanda.

Os servidores da vizinha Três Cachoeiras e da cidade de Frederico Westphalen, a 500 km de Porto Alegre, também pararam para demonstrar apoio aos caminhoneiros grevistas.

“Estamos juntos na luta por condições mais favoráveis aos trabalhadores e toda população refém dessa política nefasta de reajuste dos combustíveis. Estamos juntos”, disse o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Frederico Westphalen, Ivonei Fão.

Outras categorias

Em Caxias do Sul, metalúrgicos e rodoviários também engrossaram a luta dos caminhoneiros no estado.

“O Sindicato dos Rodoviários de Caxias do Sul, em todos os movimentos no Rio Grande do Sul que é convidado e que vai favorecer o trabalhador, sempre estará à disposição. O sindicato é representante dos trabalhadores, e ele estará sempre à disposição para apoiar”, garantiu Tacimer Kulmann da Silva, do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Caxias do Sul.

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