Paralisação entra no décimo quarto dia; 80% aderiram ao movimento
Em greve desde o último dia primeiro de setembro, os trabalhadores da Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar) não entraram em acordo com a empresa e mantiveram a paralisação por tempo indeterminado. O Sindicato dos Trabalhadores em Informática e Tecnologia da Informação do Paraná (Sindpd-PR) participou na última terça-feira (6) de uma audiência no Ministério Público do Trabalho (MPT), que contou com a presença de membros da Direção da Companhia, que não abriram mão da exclusão da cláusula de Demissão Motivada e a retirada da Ação de Cumprimento da Justiça do Trabalho.
Após assembleia realizada nesta segunda-feira (12), os trabalhadores decidiram continuar a greve e ingressar com Dissídio Coletivo. Segundo a diretora do Sindpd-PR e integrante da Direção Nacional da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Marlene Fátima da Silva, aproximadamente 80% dos 1.200 empregados estão de braços cruzados.
“Todos os dias os trabalhadores saem do portão da empresa, que é o local de concentração, e fazem uma caminhada até o Palácio do Governo, com direito a carro de som e buzinaço. Está muito bonito o movimento”, disse.
Na análise da diretora, empresa e sindicato não conseguem negociar o Acordo Coletivo de Trabalho desse ano por uma estratégia de atrasar as negociações feita pela companhia. O mesmo como aconteceu no último acordo de 2012, que foi julgado somente no final de 2015. “Eles estão forçando na questão de estarmos sem acordo, pois a vigência da sentença normativa venceu no final de abril desse ano. Nós achamos que a empresa quer mesmo dissídio”, disse a dirigente.
Ainda sem data, haverá mais uma mediação entre as duas partes no Ministério Público do Trabalho. “Nossa esperança é essa mediação, pois se a empresa mantiver essa postura, o dissídio vai ter seu curso natural”, completou Marlene.
Como forma de pressionar os trabalhadores, a Companhia soltou uma lista de contingência sem negociar com o sindicato. “Essa lista, que é uma forma de intimidar o funcionário, tinha mais de 300 nomes e mais alguns cargos de confiança. Tinha muita gente nessa relação que queria participar da greve. Em conversa com a empresa, conseguimos enxugar e retiramos 100 pessoas dessa lista”, completou Marlene, que ainda informou que setores como Banco de Sangue e agendamento de leito são setores que não podem parar.
Trabalhadores da Celepar entraram em greve no último dia 1º de setembro, pois a empresa condicionou o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) de 2016 à retirada de uma Ação de Cumprimento na Justiça do Trabalho, que é referente a uma cláusula mantida na sentença normativa e determina o pagamento do reajuste substitutivo de 3% ao mês. Outro item que a Companhia quer retirar é a demissão motivada, conquistada pela categoria na campanha de 2012.