As centrais sindicais se encontraram nesta quarta-feira (18) com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, para conversar sobre a geração de empregos que pode ser impulsionada pela pasta. Assim como tem declarado publicamente, o ministro falou sobre seus planos para reindustrialização do país. Historicamente, a indústria é o setor que oferece os melhores empregos.
“Gostamos do que foi apresentado e tenho certeza de que a agenda proposta tem o apoio das centrais. Para nós que defendemos um Projeto Nacional do Desenvolvimento foi muito bom ouvir que o ministro está em consonância com os nossos anseios”, disse o presidente nacional da CSB, Antonio Neto.
Dentre os temas apoiados pelas centrais, estão:
- Uma reforma tributária que crie um sistema mais justo e simples de impostos;
- A desburocratização do Estado;
- O enfrentamento a taxas abusivas de juros;
- A retomada das relações comerciais com países latinos e em desenvolvimento;
- Estímulos para o desenvolvimento de complexos industriais de saúde, gás e petróleo, defesa e agronegócio.
Alckmin contou ainda sobre sua ideia para financiar as exportações brasileiras, por meio de um programa que deve ser feito pelo BNDES. Um exemplo da necessidade deste estímulo, é a queda das nossas exportações para a Argentina, o maior comprador de produtos manufaturados do país.
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Segundo o ministro, o volume de negócios com o país vizinho caiu de US$ 28 bilhões para US$ 15 bilhões. Ele explicou que uma das razões para isso é o financiamento feito por países como a China para privilegiar esse tipo de negociação.
“A Argentina é o terceiro parceiro comercial brasileiro e é para onde vendemos mais produtos de manufatura”, disse. Uma das medidas previstas pelo BNDES é a retomada dos trabalhos de uma comissão bipartite entre o Brasil e Argentina, contou.
Convenção 151
Os representantes sindicais falaram ainda sobre as diversas convenções da OIT (Organização Internacional do Trabalho) das quais o Brasil é signatário, mas não cumpre na prática. Alckmin se mostrou preocupado com a possibilidade do país entrar na lista curta da organização pelo não cumprimento.
A Convenção 151 exemplifica bem a situação e é tema de luta constante das centrais. Ela garante o direito do servidor público à negociação coletiva, no entanto, os servidores brasileiros não têm esse direito respeitado.