Reabertura do Porto de Maceió permite que estivadores voltem ao trabalho

Terminal ficou bloqueado por quatro dias durante greve de policiais civis de Alagoas

Depois de quatro dias parado por causa de um bloqueio realizado por policiais civis que estão em greve, o Porto de Maceió teve o seu acesso liberado na última sexta-feira (29), após uma reunião entre representantes da administração portuária e de entidades sindicais, como o Sindicato dos Estivadores de Alagoas (Sindestiva).

O fechamento do acesso ao porto fez com que caminhões carregados de mercadorias não conseguissem embarcar ou desembarcar no terminal, o que também deixou sem trabalho os estivadores responsáveis pela movimentação dessas cargas. Os policiais civis de Alagoas estão desde 18 de abril em greve por melhores condições e salários.

“Não somos contra o movimento dos policiais, que é justo. Apenas ficamos preocupados porque os estivadores precisam trabalhar para garantir o sustento de suas famílias”, diz João Epifânio dos Santos, presidente do Sindestiva e membro da Direção Nacional da CSB. “Acho que somos a única categoria no Brasil que realmente só ganha se trabalhar. Se os estivadores ficam parados, não têm remuneração nenhuma”, afirma.

Mesmo antes da paralisação da semana passada, os estivadores de Alagoas têm enfrentado um momento difícil causado pela diminuição no número de navios cargueiros que atracam no Porto de Maceió. Antes do bloqueio, o terminal já estava havia 25 dias sem receber nenhuma embarcação de carga, diz Santos.

A queda no movimento é resultado de uma série de fatores, como a retração na indústria açucareira – uma das mais importantes para a economia alagoana –, a concorrência com portos localizados nos estados vizinhos e a crise econômica.

Até 2008, era comum que cerca de 45 navios atracassem em Maceió no período da safra de cana em Alagoas, que dura cerca de seis meses, para carregar o açúcar ensacado. Esse movimento garantia um bom volume de trabalho para os estivadores e demais operários avulsos, como conferentes de carga. “De 2009 para cá, esse número foi caindo e agora são apenas um ou dois navios em cada safra”, afirma.

Além do retrocesso na indústria açucareira, portos como os de Suape, em Pernambuco, Barra dos Coqueiros, em Sergipe, e Aratu, na Bahia, passaram a oferecer melhores condições para as empresas de navegação, o que atraiu grande parte dos navios que antes utilizavam o Porto de Maceió, ainda segundo Santos.

Por fim, a crise econômica que atingiu todo o País também colaborou para a queda na movimentação, reduzindo a frequência de cargas que antes passavam pelo terminal, como as de adubo, trigo, milho e cimento, por exemplo.

“Com a crise e os outros portos oferecendo melhores preços, essas cargas não param mais aqui. Estamos trabalhando com responsabilidade e habilidade para enfrentar esse momento, mas é um cenário muito difícil”, completa o presidente do Sindestiva.

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