As centrais sindicais realizaram na manhã desta terça-feira (6) mais um protesto contra a alta dos juros, em frente ao prédio do Banco Central em São Paulo. O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reúne mais uma vez nesta terça e quarta-feira (7) para decidir o valor da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 14,25% ao ano.
As atas das últimas reuniões já haviam deixado claro que novos aumentos seriam feitos nos próximos encontros. A expectativa é que a Selic suba mais 0,5 ponto percentual, chegando a 14,75%. Descontada a inflação, acumulada em 5,48% nos últimos meses, o índice – se confirmado – mantém o Brasil com a maior taxa real de juros do mundo, a 9,27% ao ano.
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O Banco Central justifica os aumentos com a necessidade de controlar a inflação, cuja meta é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual, ou seja, podendo variar de 1,5% a 4,5% ao ano. Na prática, tenta-se “esfriar” a economia, elevando o custo de vida, para reduzir o consumo e a demanda, que estão em alta com a elevação do emprego e da renda.
A CSB tem se manifestado continuamente contra a alta dos juros e denunciado como as taxas neste patamar atrapalham e até mesmo inviabilizam o setor produtivo, beneficiando apenas o setor financeiro. De acordo com o presidente da CSB, Antonio Neto, a elevação dos juros não resolve o problema da inflação no Brasil.
“Os principais fatores que pressionam os preços, como os custos de combustíveis, energia e os impactos das mudanças climáticas na produção de alimentos, não são influenciados pela taxa de juros. Pelo contrário, o aumento dos juros só agrava as dificuldades no ajuste das contas públicas, uma vez que cada ponto percentual a mais custa R$ 70 bilhões aos cofres públicos com a dívida”, diz.
O ciclo de aumentos da Selic começou em setembro do ano passado, quando estava em 10,5%, e passou a ser elevada a cada encontro do Copom desde então, com uma alta de 0,25 ponto, uma de 0,5 ponto e três de 1 ponto percentual.
Foto: reprodução/CTB