Categoria também reivindica condições de trabalho adequadas nas salas de aula
Na última sexta-feira (23), os professores da cidade de Carpina, a 70 km da capital pernambucana, foram às ruas em protesto pelo reajuste salarial, um terço de férias, melhores condições de trabalho para os professores e estruturas adequadas em sala de aula.
Em passeata, os professores saíram pelas ruas do centro da cidade, passaram pelo Ministério Público e finalizaram o ato em frente à prefeitura.
Segundo a presidente do Sindicato dos Professores Municipais de Carpina e Região (SINDPROFM), Maria das Mercês Coutinho, os professores do município não têm reajuste salarial há pelo menos dois anos.
“Os nossos professores estão recebendo o mesmo salário do ano de 2016. Aumentou gasolina, açúcar, mas o salário dos nossos professores continua o mesmo. O prefeito tem que mandar para Câmara um projeto de lei aumentando o piso, consequentemente vem o reflexo do Plano de Cargos e Carreiras do município de Carpina”, disse a dirigente em entrevista para um veículo local.
Além do piso salarial, a presidente da entidade explicou quais são os outros motivos que levaram os professores às ruas para protestar.
“Outro motivo é a questão do terço de férias. Nossos professores, de 2013 a 2016, sempre recebiam o terço de férias em fevereiro, que por sinal já estava errado, pois o correto é receber em janeiro. O prefeito não pagou o terço de férias. Nossa outra reivindicação é a questão das salas de aula. Os professores não estão conseguindo lecionar em salas de aulas abarrotadas de alunos e com a temperatura que existe. Segundo nossos professores, os ventiladores ao invés de resfriar, espalha poeira e o calor”, completou a presidente, lamentando a não previsão para pagamento do terço de férias.
Maria das Mercês também acredita que a falta de dinheiro não pode ser usada como desculpa para não conceder as reivindicações aos professores.
“A gente paga [o salário de] um prefeito, um vice-prefeito e um subprefeito. Se não tem dinheiro, por que contratou tanta gente no município? Eu não entendo esta matemática. Se tem R$ 171 milhões no orçamento, lá está previsto o aumento dos professores. Então ele vai pegar o dinheiro dos professores para dar para os cargos políticos?”, questionou a presidente, criticando a atual administração.
“Ele [prefeito] colocou uma secretária de Educação que não sabe distribuir a carga horária dos professores. Os professores, de acordo com as Leis 11.738 e 1.072 de 98, que é o Plano de Cargos e Carreira, deveriam dar 30 aulas. Ela está dizendo aos diretores para só dar 20. Quer dizer, para que ela está fazendo isso? Para contratar. Vá nas escolas para você ver o número de contratos. Por isso, eles não estão sabendo administrar o nosso município. Eu sou porta voz dos nossos professores, e nenhum deles gosta da maneira como a nossa secretária trata, ela fala sutilmente, mas ela faz como que os nossos professores se sintam mal. É como se a fala dela diminuísse os professores”, falou dirigente, reiterando que os servidores continuarão mobilizados pela luta.
Foto: Voz do Pernambuco