Prefeitura gasta a verba do município com propagandas e eventos, em detrimento da única fonte de renda dos servidores
Professores, alunos, pais e cidadãos da cidade de Carpina, 70 km da capital pernambucana, protestaram na manhã desta segunda-feira (5), contra o descaso e desmandos da administração municipal em relação aos profissionais de educação e alunos da rede pública de ensino.
Mesmo debaixo de chuva, os manifestantes realizaram uma caminhada, que foi da sede do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Carpina até a Secretária Municipal de Educação, passando também pela Prefeitura, onde os professores puderam discursar para o público.
Segundo a presidente do Sindicato dos Professores Públicos Municipais de Carpina, Lagoa do Carro, Lagoa de Itaenga, Macaparana, Aliança, Nazaré da Mata, Limoeiro, Paudalho, Vicência, Tracunhaém, Buenos Aires e Itaquitinga no Estado de Pernambuco (SINDPROFM) Maria das Mercês Silveira Coutinho, a Prefeitura não tem cumprido com os pagamentos.
“São muitos os compromissos atrasados como um terço de férias dos professores, das merendeiras, serviços gerais, garis, auxiliares de secretária e dos enfermeiros. Além do salário do mês de dezembro de 2016 dos professores ativos e aposentados, a revisão salarial anual de vencimentos iniciais, com reflexos nas demais graduações dos professores ativos e aposentados, de modo a preservar o poder aquisitivo dos educadores, que de acordo com Lei Federal determina o reajuste de 7,64%”, disse a presidente que ainda reivindica o Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos aprovados em abril de 2016.
Ainda segundo Mercês, que é vice-presidente da CSB, a administração tem concedido aumento nos salários de secretários, contratados e comissionados, além de programar pagamentos de propagandas, pequenas reformas e da festa de São João mais cara da região.
“A manifestação foi muito boa, mas a imprensa não divulgou, isso porque o prefeito destinou o pagamento de R$ 700 mil para empresa de propaganda. Além de promoverem o maior São João da região. O Ministério Público (MP) não está nem aí, parece que estamos remando contra a maré”, completou a presidente, que garantiu que muitos funcionários estão fazendo empréstimos para cumprir com seus compromissos.
Se não bastasse o descaso, a administração não reconhece a entidade sindical que representa mais de 300 profissionais.
“Fizemos um pedido formal para a Secretária de Educação, mas devido à falta da nossa carta sindical, que está em processo no Ministério do Trabalho, a secretária diz que vai negociar com outro sindicato, que tem apesar 13 filiados. Esse sindicato é do patrão e não vai lutar pelos nossos direitos”, finalizou Mercês.
Apesar da administração municipal se negar a responder ao SINDPROFM, a entidade vai aguardar a resposta para o outro sindicato, e assim definir se realiza outra paralisação.