O presidente da CSB, Antonio Neto, recebeu o título de Cidadão de Fortaleza, capital do Ceará, em cerimônia realizada na Câmara Municipal de Fortaleza na última sexta-feira (24).
A iniciativa da homenagem foi do vereador Moura Taxista (PSB), presidente da seccional cearense da CSB, por conta dos serviços prestados por Neto aos trabalhadores brasileiros por toda uma vida como sindicalistas e, mais recentemente, pelo seu papel à frente da Central dos Sindicatos Brasileiros. A CSB está em atividade desde 2012, com mais mil sindicatos, 33 federações e 4 confederações filiados.
“Antonio Neto, à frente da CSB Nacional, tem se destacado por sua atuação comprometida com a valorização do trabalho e a busca por condições dignas para os trabalhadores brasileiros”, afirma o vereador, na justificativa do projeto.
Antonio Fernandes dos Santos Neto nasceu no dia 19 de dezembro de 1952 em Sorocaba, interior de São Paulo. Em 1984, ajudou a fundar o Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação de São Paulo.
“Estou profundamente emocionado. Isto aqui é um reconhecimento da luta dos trabalhadores. Se não for através da luta, através da organização, através da insistência, da resiliência, nós nunca vamos conseguir nada”, discursou Neto, ao receber a homenagem.
O líder sindical também lembrou que o sindicalismo atravessou o pior momento de sua história nos últimos seis anos, após a aprovação da Reforma Trabalhista e da eleição de um governo antissindical em 2018, liderado por Jair Bolsonaro.
“Atravessamos o pior momento da história do Brasil para os dirigentes sindicais. Os últimos seis anos têm sido muito difíceis para os sindicatos. Para os trabalhadores. A ‘deforma’ trabalhista veio com o intuito puro e simples de destruir os sindicatos. Primeiro, o sindicato e depois, o direito dos trabalhadores”
Antonio Neto demonstrou apoio ao atual ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que tem sofrido ataques no Congresso Nacional e na imprensa por conta de medidas em defesa dos trabalhadores brasileiros. O presidente da CSB também saiu em defesa dos milhares de dirigentes sindicais espalhados pelo país.
“A luta é cotidiana. O dirigente sindical exerce um sacerdócio, muitas vezes não podemos acompanhar o crescimento dos filhos, ter tempo para estar em casa com as nossas famílias. É um sacerdócio e nem sempre é reconhecido, porque há uma campanha deslavada da elite nacional, escravocrata que é, contra o movimento sindical, contra os dirigentes sindicais”, disse.
Neto ressaltou a importância de uma homenagem ser feita a um dirigente sindical em um momento em que os sindicatos estão sob ataque por setores empresariais e da mídia por conta da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou a contribuição assistencial de trabalhadores para o financiamento das entidades sindicais como constitucional.
“Conseguimos, em 2023, o reconhecimento do STF quanto a uma garantia que nos foi dada em 1943 pela CTL. É sempre assim. E dizem que sindicato não faz nada. Forçam os trabalhadores a se oporem aos sindicatos. Se um trabalhador se filia a um sindicato, é demitido da empresa. Não há criminalização da prática antissindical. Daí a importância de um título como esse, de reconhecimento ao mandato sindical. O reconhecimento de toda uma estrutura de dirigentes sindicais, homens e mulheres, que diuturnamente dedicam as suas vidas em defesa dos trabalhadores, em defesa do direito”, afirmou.
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“Este título é o reconhecimento da luta de cada um, de cada uma de vocês, que fazem a luta dos trabalhadores, que fazem a luta cotidiana para que a gente possa garantir a todos o direito de ir e vir, o direito de expressar, o direito de trabalhar, de ter salário digno. Então quando nós vamos à OIT (Organização Internacional do Trabalho) e denunciamos o descalabro da prática antissindical, o abandono da legislação, o desrespeito aos trabalhadores, é para dizer para todo mundo que nós temos que fazer, cada dia da nossa luta, mais possibilidade de construir uma sociedade mais justa, mais fraterna, mais igualitária. Muito obrigado”, finalizou o sindicalista, sob aplausos dos presentes.
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