Em primeiro lugar ficou o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves, seguido do líder da bancada do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha
A exemplo do que ocorre desde 2009, penúltimo ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o PMDB lidera o ranking do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) dos dez parlamentares mais influentes do Congresso. Em primeiro lugar ficou o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves, seguido do líder da bancada do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha. Só no terceiro posto aparece o nome de um petista, o deputado Arlindo Chinaglia (SP), líder do governo.
A grande surpresa da lista é a colocação do senador Aécio Neves (MG), pré-candidato a presidente da República do PSDB, empatado na décima posição com o senador Walter Pinheiro (PT-BA), vice-líder do governo Dilma Rousseff no Congresso Nacional. A posição de Aécio reflete a percepção de seus pares no Congresso sobre seu desempenho como senador: os eleitores dos dez mais do Diap são os 100 parlamentares que “conduzem o processo decisório no Congresso”, os chamados “Cabeças do Congresso”, escolhidos por uma série de critérios que vão desde a reputação até os projetos que cada um conseguiu negociar e aprovar, passando por sua função institucional na Câmara e Senado.
“A relação dos dez parlamentares mais influentes do Congresso Nacional é liderada pelo principais partidos da base de sustentação do Governo Dilma, o PMDB e o PT”, diz o jornalista Antonio Augusto Queiroz, diretor de pesquisas do Diap, no texto de apresentação da publicação que apresenta dos dez mais, a ser divulgada nesta semana. No PMDB, além de Alves e Cunha, também integram a lista o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o ex-líder de Dilma, o senador Romero Jucá, destituído da função apesar de ser reconhecido como hábil articulador para a aprovação de projetos.
O PT, partido no governo, entrou no ranking com dois deputados: Chinaglia e o líder na Câmara, José Guimarães (CE), em nono lugar, além do senador Pinheiro, em décimo. A oposição está representada pelo PSDB e o DEM. Os tucanos possuem dois senadores – Aécio e Aloysio Nunes Ferreira – e um deputado, Carlos Sampaio (SP), líder na Câmara. O nome do Democratas é o de Ronaldo Caiado (GO).
Dos 11 parlamentares eleitos (devido ao empate na décima posição entre Aécio e Pinheiro), sete integram a base de apoio parlamentar do governo, o que não significa mais facilidades para o Palácio do Planalto. Henrique Alves e Eduardo Cunha são fontes de permanente dor de cabeça para o governo, na Câmara, e Renan Calheiros, semana passada, criou mal-estar ao colocar em votação um projeto que prevê a independência do Banco Central. Depois, voltou atrás, mas o estrago político já estava feito e levou até o ex-presidente Lula da Silva a declarar que não estimulou a votação do projeto, como noticiado.
Desde o primeiro ranking dos dez mais, realizado em 1996, O PT é o partido que mais teve parlamentares entre os mais influentes do Congresso, num total de 47. O PMDB vem em seguida, com 43 e o PSDB aparece em terceiro lugar, com 31. Decadente, o DEM/PFL havia três anos ausente da lista, à qual voltou agora com Ronaldo Caiado. O PT liderou as indicações de 2001, um ano antes da eleição de Lula da Silva, até 2008, com exceção de um empate em 2005, ano do mensalão, com o PMDB, cujo controle do Poder Legislativo se estende até os dias atuais.
“Os 100 ‘Cabeças’, ao votarem na eleição dos dez mais influentes, optaram por valorizar o critério institucional, ou seja, o posto que o parlamentar ocupa na estrutura da Casa”, diz Antônio Augusto Queiroz, “já que foram escolhidos os presidentes das duas Casas do Congresso, o líder do Governo na Câmara dos Deputados e cinco líderes partidários”.
“O grau de influência dos parlamentares, a julgar pelas escolhas feitas pelos “Cabeças”, depende, em primeiro lugar, do exercício de missão partidária na Mesa Diretora, nas lideranças ou vice-lideranças”, diz Queiroz. (Fonte:Valor Econômico)
Fonte: DIAP