“PEC 287 promove desmonte da Previdência Social”, diz Maria Lucia Fattorelli

Coordenadora do movimento Auditoria Cidadã foi a primeira palestrante do Encontro Nacional da Mulher Trabalhadora da CSB

Com o tema Reforma da Previdência Social, a auditora aposentada da Receita Federal e coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli, ministrou a primeira palestra do Encontro Nacional da Mulher Trabalhadora da CSB, realizado nesta quarta-feira (8). O evento acontece em Brasília e vai até quinta-feira (9). Acompanhe aqui ao vivo todas as atividades.

A auditora aposentada questionou a retirada de direitos prevista na PEC 287/2016 em um país tão rico como o Brasil. “Somos a nona economia do planeta, a terceira maior reserva de petróleo, a maior reserva de água potável do mundo, temos terras raras que só existem aqui usadas para medicamento e temos potencial industrial e comercial”, elencou.

Segundo Fattorelli, o cenário de escassez é montado, não faz parte da realidade. “Cenário a gente muda se quiser identificar quais são as hastes que o sustentam, como crises, acúmulo de riquezas e queda do PIB, impulsionada por política econômica deliberada, favorecendo poucos mundo afora”, afirmou. E completou: “é preciso mobilizar as mulheres da CSB para identificar quais hastes que sustentam cenário de escassez, que nos empurram para novas reformas”.

Durante a explanação, a palestrante classificou como abusos da medida a exigência de idade mínima de 65 anos para homens e mulheres e a exigência de 49 anos de contribuição para aposentadoria integral; a redução do valor geral das aposentadorias; a precarização no caso do trabalhador rural; a diminuição da pensão por morte e benefícios; a exclusão das regras de transição vigentes; o impedimento de acumulação de aposentadoria com a pensão por morte; a imposição de regras inalcançáveis para aposentadoria dos trabalhadores expostos a agentes insalubres e a extinção da aposentadoria especial.

Sobre a nova regra de aposentadoria para a mulher, a coordenadora disse que não se pode abrir mão dos 60 anos atuais. Ela lembrou a dificuldade de acesso ao mercado, salários mais baixos, jornada dupla e falta de condições adequadas, como número de creches insuficientes.

A auditora aposentada, por meio de dados oficiais, desmontou, nas palavras dela, “a mentira do déficit”. “O governo calcula a arrecadação do INSS e compara com toda a despesa da Previdência e não considera todas as fontes dos recursos da Seguridade Social, tais como Cofins, CSLL, PIS, Pasep, contribuições de loterias, importações e etc”.

Fattorelli afirma que o problema da Seguridade Social é a gestão de recursos e que criação de políticas de geração de emprego, revisão de desonerações tributárias e fim do desvio da Desvinculação das Receitas da União (DRU) poderiam multiplicar o orçamento.

A conclusão da especialista é que a “PEC 287 promove desmonte da Previdência Social no Brasil”.

Assista à palestra

Veja a galeria de fotos

Leia na íntegra a apresentação de Maria Lucia Fattorelli

Compartilhe:

Leia mais
serpro aposentadoria compulsória
Sindpd-SP denuncia Serpro por aposentadoria compulsória ilegal de trabalhadores
greve pepsico contra escala 6x1
Nota das centrais: todo apoio à greve dos trabalhadores da PepsiCo contra escala 6x1
Antonio Neto e Confederação Trabalhadores Movimentação Mercadorias
CSB e Confederação dos Movimentadores de Mercadorias discutem pautas da categoria
30 por cento brasileiros trabalham mais que jornada máxima
32% dos brasileiros trabalham mais do que jornada máxima de 44 horas semanais
reforma trabalhista 2017 votação câmara
TST: Mudanças da reforma trabalhista de 2017 se aplicam a contratos firmados antes dela
limitar salário minimo aumenta desigualdade
Limitar reajuste do salário mínimo ao arcabouço fiscal pode aumentar desigualdade
origem do 13º salário
13º salário é compensação por tempo de fato trabalhado; conheça origem
4 encontro sindical fespume-es
Federação dos Servidores Municipais do ES (Fespume-ES) realiza 4º Encontro Sindical
aumento emprego entre mulheres
Número de mulheres com carteira assinada aumenta 45% em um ano
nota centrais sindicais contra plano golpista
Nota das centrais sindicais: "União contra o golpismo e pela democracia"