Central dos Sindicatos Brasileiros

Pará realiza 13ª edição das Conferências Municipais de Saúde em 144 cidades

Pará realiza 13ª edição das Conferências Municipais de Saúde em 144 cidades

Sindicato dos Enfermeiros do estado (Senpa) participou dos debates para reivindicar mais qualidade na atenção básica à população nortista

Com o objetivo de analisar e definir diretrizes e propostas estratégicas para a saúde pública do Estado do Pará, foram realizadas, durante o final de junho e início do mês de julho, a 13ª edição das Conferências Municipais de Saúde em 144 municípios paraenses. Santarém, São João de Pirabas, Juruti e Parauapebas são algumas cidades onde ocorreram os debates protagonizados por entidades sindicais e civis, entre elas o Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Pará (Senpa), filiado à CSB.

Para reivindicar o aumento do financiamento ao Sistema Único de Saúde (SUS) com vistas à melhoria de qualidade da atenção básica oferecida à população nortista, o tema debatido este ano foi “Saúde Pública de Qualidade para Cuidar com Equidade”. De acordo com a vice-presidente da CSB e presidente do Senpa, Antonia Trindade Valente dos Santos, “faz uma década que o Ministério da Saúde não reajusta a tabela dos procedimentos de atendimento dos profissionais da saúde do Pará”.

“Não se pode manter a inflação e a corrupção para contribuir à piora da situação não só do Pará, mas do Brasil. Estamos esperando que o Ministério reajuste os recursos repassados ao Estado, que não trate a gente igual às outras regiões e que aumente o valor per capta do Pará. Aqui, um indivíduo vale cento e poucos reais, enquanto na região Sul e Sudeste do País, vale cerca de mil reais”, afirmou a dirigente.

De acordo com a vice-presidente, o foco das Conferências é a promoção e defesa da igualdade, humanização e a aplicação dos direitos do povo nortista com transparência. Mas, apesar de o Pará reivindicar justiça social em conformidade com os demais estados, para Antonia Trindade, o governo deve garantir os fundos financeiros sem deixar de reconhecer as particularidades geográficas de cada região, que requerem uma avaliação e um tratamento diferenciados. É o chamado Fator Amazônico, o qual caracteriza locais de difícil implementação do SUS.

“Por exemplo, em Breves, um dos 16 municípios da Ilha de Marajó – considerada a área mais carente e prioritária do Estado – só se tem acesso à população através de barco. Então, para você levar uma vacina a um quilombola, uma aldeia indígena e população ribeirinha, a equipe de profissionais da saúde necessita de estrutura e equipamentos para que a vacina chegue em condições de uso. Já em São Paulo, a realidade é outra. Isso é um processo muito caro”, explicou Antonia Trindade.

A vice-presidente da CSB e presidente do Senpa também ressaltou que este tipo de debate em nível municipal é muito importante para a busca do aperfeiçoamento da atenção básica de saúde do Estado. “O Município é o responsável pela política de saúde. É no Município que passa a fiscalização, onde se tem a execução dos programas coordenados e monitorados pelo Estado e elaborados pelo Ministério da Saúde. É no Município que se faz o Sistema Unificado de Saúde”, pontuou.

Ainda de acordo com Antonia Trindade, a Conferência é uma forma de controle social e segurança da participação da população no debate sobre saúde pública. Segundo a vice-presidente, a Conferência é aberta a todos os grupos da sociedade civil e tem assegurada a inclusão de povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos. “O Estado do Pará é o que tem mais aldeias indígenas na região norte do Brasil, e a Conferência está trazendo esse pessoal para dentro do debate”, afirmou.

Por ser uma discussão propositiva, outra bandeira de luta do Senpa e das demais entidades sindicais que participam da Conferência é o “fortalecimento do controle social para que ele se torne deliberativo”.

Durante os debates, o Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Pará elegeu 20 delegados para a Conferência Estadual de Saúde, respeitando a orientação da Conferência Nacional de reservar 50% das vagas às mulheres. Este ano, o Senpa será representado por 18 mulheres e dois homens, um aumento de representatividade de quase 100% em comparação ao ano anterior.

Santarém

No município de Santarém, a Conferência de Saúde ocorreu entre os dia 30 de junho e 3 de julho no auditório do campus Tapojós, da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa). Nesta reunião, o Senpa foi uma das entidades e instituições eleitas para compor o plenário do Conselho Municipal de 2015 até 2017.

O secretário de planejamento da cidade, Dr. Nélio Aguiar, representando o prefeito do município, e a presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Maria do Socorro de Souza, estiveram presentes no encontro.