Tema foi tratado durante audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado Federal
Após 130 anos de abolição da escravatura, situações de exploração de trabalhadores ainda acontecem no País. Essa foi a conclusão de especialistas durante audiência pública realizada nesta terça-feira (15), na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado Federal.
Durante os debates, um vídeo da CSB, com participação do presidente Antonio Neto, foi exibido aos presentes. “Milhões de trabalhadoras e trabalhadores são submetidos a situações desumanas de trabalho. Crianças são exploradas, a informalidade cresce de forma gritante e a miséria não para de assolar os lares. É nesse cenário de desolação e exclusão social que lutamos contra a consolidação de uma reforma trabalhista que veio para aprofundar esse interminável drama brasileiro”, afirmou Neto.
“Vamos parar um pouco para refletir sobre o futuro do nosso país e dos nossos filhos. Vamos renovar as nossas energias, ampliar a nossa indignação e fortalecer nossa luta em defesa dos direitos trabalhistas e sociais, lutando a cada dia contra a neoescravidão imposta diariamente ao nosso povo”, completou.
Na avaliação do assessor parlamentar da CSB, Ernesto Pereira, não se pode tratar a escravidão como uma questão periférica. “Você não vai fazer nenhuma transformação ou revolução sem que trate da questão racial, sem que trate desse crime que foi a escravidão no Brasil”. Ele afirmou que os partidos precisam priorizar a discussão.
“Você chega dentro do Congresso Nacional e há posições que se tem que regulamentar trabalho escravo; trabalho escravo não tem que ser regulamentado, trabalho escravo tem que ser proibido. Hoje são negros e brancos escravizados, essa é a realidade do nosso país”, frisou o assessor.
Para o vice-presidente da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), Helder Amorim, “o regime escravagista deixou na nossa mentalidade traços excludentes e de profunda desigualdade social. O Brasil tem ainda, na atualidade, a ferida aberta da prática do trabalho análogo à escravidão”, disse.