País fechou 64 mil empresas e perdeu 2,1 mi postos de trabalho em um ano

Os dados são do IBGE e mostram o período em que o País passava por seu segundo ano de recessão consecutivo

O Brasil fechou 64.368 empresas e 2,13 milhões de pessoas ficaram sem trabalho em 2016, quando o país passava por seu segundo ano de recessão consecutivo. Construção e indústria estão entre os setores que mais sofreram, enquanto energia e serviços financeiros figuram entre os poucos setores que tiveram algum crescimento.

Em 2016, havia 5,05 milhões de empresas e organizações registradas no país, 1,3% a menos que em 2015. No total, 51,4 milhões de pessoas trabalhavam nelas, incluindo assalariados, sócios e proprietários –o número é 4% menor que no ano anterior.

O total de salários e remunerações pagos no país teve queda de 3% (de R$ 1,66 trilhão para R$ 1,61 trilhão). Considerado o salário médio mensal, porém, houve alta de 0,7% (de R$ 2.643,56 para R$ 2.661,18).

Os dados são do Cempre (Cadastro Central de Empresas), uma base de dados administrada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com informações sobre todas as empresas formais constituídas no país. Os números são de dois anos atrás, mas só foram divulgados nesta quarta-feira (27) pelo IBGE porque esses estudos demoram a ser feitos pelo órgão.

“Na comparação com o ano anterior, houve redução em quase todas as variáveis analisadas, em decorrência da crise econômica, com exceção apenas do salário médio mensal”, disse o IBGE em seu relatório. Em 2016, o PIB teve uma queda de 3,5%, depois de já ter caído outros 3,5% em 2015.

Comércio: maior empregador, salários ruins
Liderando as demissões, o setor de construção dispensou 20,5% de seu pessoal ocupado assalariado entre 2015 e 2016. Foi seguido por outras atividades de serviços (-15,6%), indústrias extrativas (-8,1%, que incluem a extração de petróleo e minérios) e a indústria de transformação, que representa quase a totalidade da indústria brasileira e reduziu em 5,1% a sua força de trabalho.

Dos 20 setores categorizados pelo IBGE, apenas cinco registraram aumento no número de trabalhadores assalariados naquele ano: eletricidade e gás (+6,9%); entidades e organismos internacionais (+6,1%); o segmento de artes, cultura, esporte e recreação (+0,9%); educação (+0,3%) e as atividades financeiras, que incluem bancos, investimentos e seguros (+0,1).

Foi também o setor de eletricidade e gás que registrou os maiores rendimentos do país: o salário médio do segmento, naquele ano, foi de R$ 7.263,19, seguido pelas atividades financeiras, que pagaram, em média, R$ 5.916,33.

Na outra ponta, ganhava os piores salários quem trabalhava nos serviços de alojamento e alimentação (R$ 1.363,30); atividades administrativas e serviços complementares (R$ 1.652,44) e no comércio, que inclui também a reparação de veículos (R$ 1.753,80).

O comércio, embora tenha um dos piores salários médios do país, é também seu maior empregador: em 2016, empregou 11,4 milhões de pessoas, ou 22,3% do total de trabalhadores ativos naquele ano.

Diferenças salarias diminuem

Entre os dados revelados pelo balanço anual do Cempre, também foi possível verificar, em 2016, uma redução na diferença salarial tanto entre o que era ganho por homens e mulheres quanto o que ganhavam os trabalhadores com e sem diploma universitário.

Em 2015, o salário médio pago às mulheres era de R$ 2.191,59 e, aos homens, R$ 2.708,22 –23,6% a mais para eles. Em 2016, essa diferença caiu para 22,2%, com um aumento maior para elas (R$ 2.368,98) que para eles (R$ 2.895,56).

Na divisão por grau de instrução, os trabalhadores com nível superior saem com larga vantagem, ganhando cerca de três vezes mais do que os colegas sem o diploma.

A diferença, porém, também se espremeu um pouco de um ano para o outro: o salário do trabalhador sem nível superior cresceu, em média, 6,9% de 2015 para 2016, de R$ 1.745,62 para R$ 1.866,89, enquanto, no caso dos trabalhadores com superior completo, o aumento foi menor, de 3%, de R$ 5.349,89 para R$ 5.507,82. Com isso, a diferença de um para o outro caiu de 206,48% em 2015 para 195,03% em 2016.

Fonte: UOL

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