“O Senado está servindo às elites brasileiras e ao capital”, diz Neto no programa Repórter Sindical

Presidente da CSB foi entrevistado por João Franzin e também falou sobre o trabalho de formação e capacitação dos dirigentes da Entidade

Convidado da edição desta quinta-feira (20) do programa Repórter Sindical, da TV Agência Sindical, o presidente da CSB, Antonio Neto, voltou a criticar a aprovação da reforma trabalhista no Congresso Nacional e a sanção pelo presidente Michel Temer. Para Neto, o Senado “abriu mão de legislar” quando chancelou o texto do PLC 38 aprovado na Câmara dos Deputados. “O Senado está servindo às elites brasileiras e ao capital”, afirmou o dirigente sobre a atitude da maioria dos parlamentares em retirar direitos da classe trabalhadora.

Apresentado por João Franzin, o Repórter Sindical tem como tema neste mês de julho a pauta “Sindicalismo e formação”, questão que sempre teve muita importância na construção ideológica da CSB. O programa, transmitido ao vivo pela internet, contou com a participação dos internautas, que enviaram perguntas ao presidente da CSB.

Numa delas, sobre a inovação no sindicalismo, Antonio Neto respondeu que, nos últimos anos, o movimento sindical parou de estimular a formação. Segundo ele, a representação dos trabalhadores se fortalece com a capacitação dos dirigentes. “A nossa ideia é dar base ideológica baseada no trabalhismo para fazer [o sindicalista] ver a história e assumi-la”, disse o presidente. Neto afirmou ainda que o dirigente “precisa saber de que lado do balcão ele está”, em referência à defesa dos interesses dos trabalhadores.

Durante a entrevista, João Franzin destacou a nota emitida pela CSB sobre a decisão da Entidade de não participar da reunião das centrais com o presidente Michel Temer sobre a Medida Provisória que será editada para alterar pontos da reforma (leia aqui). Neto afirmou que a decisão da Central foi pautada na falta de compromisso do governo federal em cumprir acordos feitos com os senadores e no teor da MP proposta pelo Executivo.

“Aí editam uma MP para debater o imposto sindical. Isso não é o importante para nós, e sim o direto dos trabalhadores. Querem fazer uma MP sobre o trabalho intermitente, que é pior [do que a atual]. Nos atraem para discutir custeio, mas outras questões ruins serão mudadas. Por isso decidimos não ir”, explicou o presidente.

Trabalho e engajamento

Para discutir estratégias e ações da CSB em relação à Lei 13.467/2017, da reforma trabalhista, a Entidade realizará no final de julho um seminário com juristas e personalidades do Direito. “A reforma está eivada de contrariedades. Vamos ter garra para ir para cima deles, seja na Justiça, seja na organização dos trabalhadores”, reiterou Antonio Neto.

Dentro da iniciativa de formação e ampliação dos quadros, o presidente da CSB também destacou a realização dos congressos estaduais da Central. Santa Catarina, Ceará, Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso e Goiás já receberam os encontros. Mais três congressos estão confirmados em Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Neto também respondeu a uma pergunta sobre sua desfiliação do PMDB, afirmando que as condições políticas, econômicas e sociais “estão em sentido contrário ao que foi o PMDB, que teve papel fundamental nas questões democráticas e sindicais”.

Assista abaixo à íntegra da participação de Antonio Neto no programa Repórter Sindical:

Compartilhe:

Leia mais
nota centrais sindicais contra plano golpista
Nota das centrais sindicais: "União contra o golpismo e pela democracia"
Antonio Neto Sindis
Antonio Neto: Sindicatos devem aproveitar tecnologias e se adaptar para sobreviver
empresa obriga mãe voltar ao trabalho recém-nascido
Empresa é condenada por obrigar mãe a voltar ao trabalho uma semana após dar à luz
semana 4 dias de trabalho aumento produtividade
Empresa aumenta produtividade em 20% ao adotar semana de 4 dias; Brasil testou modelo
Antonio Neto 3 congresso cspm
3º Congresso da CSPM: Antonio Neto fala sobre necessidade de adaptação dos sindicatos
escala 6x1 prejudica saúde mental
Escala 6x1 prejudica produtividade e saúde mental dos trabalhadores, diz especialista
ministra esther dweck defende estabilidade do servidor público
Estabilidade do servidor é pilar de defesa do Estado, diz Esther Dweck em resposta à Folha
CSB no G20 Social
CSB defende fim da escala 6x1 e proteção aos direitos dos trabalhadores no G20 Social
movimento sindical g20 social rj taxação ricos
Centrais defendem taxação dos mais ricos e menos juros em nota pós G20 Social
CSB-RS Antonio Roma e CSB-BA Mario Conceição
Dirigentes da CSB RS e BA participam da Semana Nacional de Negociação Coletiva