Negociações avançam, mas acordo da CCT 2018 permanece distante no setor de TI em SP

Na terceira rodada de negociações da Campanha Salarial, patronal propõe leve melhora no reajuste salarial, mas mantém resistência à obrigatoriedade das homologações no Sindpd

A terceira rodada de negociações da CCT 2018 obteve avanços nesta quinta-feira (18), mas a assinatura da nova Convenção Coletiva continua indefinida. Durante exaustiva, porém proveitosa, reunião realizada na capital paulista, Sindpd e Seprosp debateram o conjunto das cláusulas que ainda estão sob impasse.

O índice de reajuste salarial teve pequeno avanço, passando para 1,81%, o mesmo índice do salário mínimo e ainda muito insuficiente para, pelo menos, repor a inflação do período. Como contraproposta, a comissão do Sindpd deixou na mesa 3,8% de reajuste nos salários da categoria.

Um avanço apresentado pela comissão patronal está na exclusão do trecho que retirava a obrigatoriedade da negociação da PLR. Em relação ao auxílio-refeição, os patrões mantiveram a proposta para inserir na CCT os “descontos legais” e o valor de R$ 17,80. Em resposta, o presidente do Sindpd, Antonio Neto, foi categórico: “Nós aceitamos esses ?descontos legais?, que incluem férias e licenças, somente se o valor mínimo pago for de R$ 20 por dia”.

A resistência patronal sobre as homologações permaneceu na 3ª mesa de negociações. A CCT da categoria exige que a homologação seja feita no Sindpd, mas o Seprosp reafirmou sua proposta de transformar a homologação no Sindicato em opcional.

“Não abrimos mão das homologações no Sindpd. Caso não tenha a obrigatoriedade, vamos mobilizar os trabalhadores para trazerem suas homologações para a gente conferir. Essa conferência é importante. Queremos manter a homologação e vamos aparar todas as arestas que possam surgir”, contestou Neto, reafirmando que o Sindpd não tem dificuldade alguma em atender a todos os municípios do estado de São Paulo nas homologações das empresas da base.

Absurdos
Outro ponto de impasse da 3ª reunião está na cláusula que regula as viagens a serviço. O patronal propõe que o tempo de deslocamento gasto pelo trabalhador até o local onde o serviço será executado não deve ser considerado tempo trabalhado. Para o Sindpd, o profissional está à disposição da empresa e, no mínimo, deve ganhar adicional de sobreaviso.

“Posso recomendar aos trabalhadores a não viajarem fora de seu horário de trabalho porque esse conceito de vocês está errado”, criticou o presidente do Sindpd.

Na assistência médica, mais um retrocesso. A comissão dos patrões propõe que empresas com até 5 empregados não tenham o dever de pagar a coparticipação nos convênios médicos. Em contrapartida, o Sindpd reivindicou que tais empresas paguem aos funcionários o valor de R$ 240 como auxílio para o benefício.

O Seprosp pretende ainda retirar a mediação do Sindpd nas negociações das jornadas flexível e 12×36, do turno fixo de 6 horas e nos acordos para o teletrabalho.

Antonio Neto refirmou que tais propostas representam insegurança para as empresas e, principalmente, prejudica os trabalhadores. “Eu quero que o sindicato assessore os trabalhadores. Comunicar ao Sindpd é pouco, eu quero participar. Falta sensibilidade por parte de vocês”, reforçou.

A luta continua
Está marcada para a próxima terça-feira, 23, às 15 horas, a quarta rodada de negociações da Campanha Salarial 2018. Acompanhe no site do Sindicato.

Assista aqui à live do presidente Antonio Neto no Facebook sobre a 3ª rodada.

Para conferir a cobertura das duas primeiras rodadas, acesses os links abaixo:

Patronato propõe corte de direitos já consolidados em 2ª rodada da Campanha Salarial 2018

CCT de 2017 é válida até que se firme nova Convenção, decidem Sindpd e Seprosp

Assista à terceira rodada na íntegra:

Fonte: Sindpd

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