Presidente da Seccional Rio Grande do Sul da CSB participou de audiência pública sobre o tema e as concessões no estado
Sergio Arnoud, presidente da Seccional Rio Grande do Sul da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), participou na última sexta-feira (15) da primeira audiência pública promovida pelo parlamento gaúcho para discutir as privatizações, concessões e parceria público-privado (PPP) para estatais do estado. O primeiro de 10 encontros aconteceu no Teatro da Universidade de Caxias do Sul. (UCS).
Após as falas dos parlamentares, Arnoud, que também preside a Federação Sindical dos Servidores Públicos no Estado do RS (FESSERGS), deixou claro que setores estratégicos não podem sair do controle do estado e apontou algumas falhas.
“Nós não podemos perder o controle sobre entes estratégicos. O governo anterior extinguiu a Fundação de Economia e Estatística (FEE) e quem assumiu no seu lugar foi um instituto ligado à FIESP. Os seus estudos vão beneficiar quem? As indústrias gaúchas ou paulistas? Nós estamos nas mãos das informações que eles nos trazem, segundo seus interesses”, falou o dirigente citando exemplo do Banco Banrisul que o governo anterior queria privatizar.
O presidente da Seccional também levou outros problemas que, segundo ele, precisam ser combatidos antes de se pensar em privatização.
“Quando se critica a ineficácia de alguns entes estatais, esquecem que foram indicações políticas e, na grande maioria das vezes, pessoas que nunca passaram pelo setor. Estão lá porque perderam eleição ou porque foram indicados pelo seu partido. Não tem nenhum critério técnico. O estado não fiscaliza, ele concede, e um exemplo são as isenções e renúncias fiscais, que representaram no ano passado algumas folhas de pagamento do estado. E os nomes dessas empresas sequer são repassadas ao Tribunal de Conta do estado”, completou Arnoud, defendendo a participação dos servidores nas discussões.
O dirigente ainda deu o exemplo de Mato Grosso do Sul, que concedeu a saúde à uma OCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse público).
“Em dois anos ela [OCIP] largou tudo e foi embora. O estado teve o custo em dobro de reassumir a saúde e reprogramar todo sistema no Mato Grosso do Sul. Esse é um dos nossos temores”, finalizou Sergio Arnoud.