Não há enfrentamento ao STF na Justiça do Trabalho, afirma presidente da Anamatra

O crescimento do número de reclamações constitucionais contra decisões da Justiça do Trabalho dá a entender que esse ramo do Judiciário descumpre precedentes importantes do Supremo Tribunal Federal sobre matéria trabalhista, mas não é isso o que mostram pesquisas sobre o tema.

Essa afirmação é de Luciana Conforti, juíza do Trabalho da 6ª Região (PE) e presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra). Ela tratou do assunto em entrevista à série Grandes Temas, Grandes Nomes do Direito. Nela, a revista eletrônica Consultor Jurídico conversa com alguns dos nomes mais importantes do Direito sobre os assuntos mais relevantes da atualidade.

“As reclamações constitucionais têm sido muito pesquisadas. A Anamatra encomendou duas pesquisas a um grupo da USP acerca dessas reclamações constitucionais. E constatou-se que houve um alargamento da recepção desse instituto, que tem sido usado, por vezes, como sucedâneo recursal e sem o requisito da aderência estrita”, disse a juíza. “Então, houve esse aumento das reclamações, mas na verdade nós vemos que, em alguns casos, não há enfrentamento a precedentes do Supremo Tribunal Federal.”

Pejotização

Para ilustrar seu ponto de vista, Luciana explicou que, em alguns temas de destaque, o que tem havido não é uma afronta a orientações da corte. Um bom exemplo disso, segundo ela, é a questão da pejotização, que não aparece no tema de repercussão geral que trata da terceirização.

“É um caso que tem sido frequentemente alegado. No entanto, os próprios ministros do Supremo têm recusado reclamações constitucionais que não demonstram que há realmente um encaixe naquele precedente. E é por isso que dizemos que a matéria ainda não está pacificada no Supremo Tribunal Federal e, portanto, não podemos falar que há uma divergência, um descumprimento pela Justiça do Trabalho”, disse a magistrada.

“O que precisamos, na verdade, é de uma aproximação de entendimentos para que essas divergências possam ser superadas e para que se traga maior segurança jurídica à sociedade.”

Leia também: Entidades assinam documento que pede respeito à Justiça do Trabalho; entenda

Fonte: Conjur

Compartilhe:

Leia mais
Camara aprova teto salario minimo e mudança bpc
Corte de gastos: Câmara aprova teto para aumento do salário mínimo e mudança no BPC
CSB na Secretaria nacional da juventude conjuve
CSB assume cadeira no Conjuve, conselho que debate políticas públicas para a juventude
codefat aprova calendario pagamento abono salarial 2025
Conselho aprova calendário de pagamento do Abono Salarial para 2025; confira datas
regras aposentadoria 2025 reforma da previdência
Haverá ajuste na idade para pedir aposentadoria em 2025; entenda as novas regras da previdência
Câmara aprova fim da desoneração da folha de pagamento
Câmara aprova imposto mínimo de 15% sobre lucro de multinacionais, seguindo padrão da OCDE
aumento salário mínimo 1954 getúlio vargas
O que aconteceu no Brasil depois que Getúlio aumentou em 100% o salário mínimo
Fachada tst
TST derruba regra da reforma trabalhista que limitava acesso à Justiça gratuita; entenda
trabalhadora obrigada a mostrar os seios
Empresa é condenada a indenizar trabalhadora obrigada a mostrar os seios para superior
paralisação sindimetropolinato ônibus porto alegre
Rodoviários da região de Porto Alegre paralisam atividades por reajuste salarial não pago
Flavio Dino e Rubens Paiva
Lembrando Rubens Paiva, Dino defende que Lei da Anistia não se aplica a ocultação de cadáver