Central dos Sindicatos Brasileiros

Não existe autonomia política do sindicato sem a contribuição sindical

Em entrevista, além de defender a contribuição, Alvaro Egea listou os principais desafios e objetivos da central nos próximos anos

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Confecção e de Vestuário de Guarulhos, Alvaro Egea, foi eleito o secretário-geral da Central Sindical de Profissionais (CSP). Em entrevista, Egea afirmou que a contribuição sindical é uma ferramenta importante para a manutenção da estrutura sindical brasileira. Os desafios, objetivos, diferenciais e próximas ações da CSP também foram comentados pelo dirigente.

Leia a entrevista completa:

Qual é a importância da contribuição sindical para a organização trabalhista?

É fundamental. São equivocados aqueles argumentos, sobretudo do Ministério Público do Trabalho, de setores empresariais e, infelizmente, de uma central, contrários à contribuição sindical. São pensamentos minoritários, que não condizem com a realidade do sindicalismo brasileiro. A contribuição é imprescindível para a manutenção da estrutura sindical brasileira, que é uma estrutura já consolidada, vitoriosa e garantida na nossa Constituição. É um instrumento fundamental para organização dos trabalhadores, principalmente dos sindicatos pequenos e médios. Não existe autonomia política do sindicato sem a contribuição sindical.

Quais são os principais desafios para a CSP nesse ano?

Nosso principal desafio é consolidar a central, ou seja, aumentar nosso número de filiados, construir as direções estaduais e buscar o reconhecimento da central perante o grupo que está cuidando da aferição das centrais sindicais junto ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Qual é o diferencial da CSP na organização dos sindicatos?

O nosso principal objetivo é o fortalecimento do sindicato, agente básico de organização dos trabalhadores. Outro diferencial que achamos importantíssimo é a despartidarização. Nós não temos nada contra nenhum partido político. O partido político é um instrumento do povo para a transformação social, mas não achamos que os partidos devem controlar os sindicatos. Esse processo é um processo ruim, negativo e leva ao enfraquecimento da luta do sindicato. A unidade dos trabalhadores se dá na pluralidade, no respeito. Nós da CSP não temos nenhuma corrente partidária que comande o sindicato.

No curto e médio prazo, quais serão as próximas ações da CSP?

Nós estamos consolidando a subsede aqui em São Paulo, onde será o nosso principal centro de organização e atuação política. Já avançamos muito no processo filiação, já estamos perto dos 300 filiados. Temos um potencial muito grande porque a nossa plataforma tem simpatia entre os sindicatos. Continuaremos com o processo de organização das estaduais e das categorias profissionais. Seguimos firmes em nossa luta em busca dos 7% para o reconhecimento da central. No ponto de vista das lutas, temos os compromissos históricos propostos por Antonio Neto, liderança sindical há mais de 30 anos. Entre eles estão o fortalecimento da unicidade sindical, a fixação da jornada de 40 horas semanais e a ampliação dos direitos trabalhistas.

Quais são as suas expectativas em relação à reorganização da CSP?

O renascimento da CSP causa uma emoção entre nós porque em um prazo curtíssimo de aproximadamente três meses, Neto conseguiu liderar um processo de filiação de 220 sindicatos validados e mais 80 que serão validados nos próximos dias. Isso mostra que as bandeiras que o Neto e os companheiros levantam têm muita força entre os trabalhadores e dirigentes. Os nossos compromissos com os trabalhadores são históricos e isso ninguém nos tira. O que nós queremos é construir um novo espaço, onde as diferentes lideranças sindicais possam expressar seus anseios e, a partir disso, possam estar presentes e atuantes nas esferas públicas e privadas, para que os interesses dos trabalhadores sejam ouvidos. A nossa expectativa é muito otimista. Vamos consolidar o nosso grande projeto para construir uma grande central.

Fonte: Assessoria CSP