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MTE apura suspeita de trabalho escravo em caso de idosa desaparecida por 44 anos

MTE apura suspeita de trabalho escravo em caso de idosa desaparecida por 44 anos

MTE apura suspeita de trabalho escravo – O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) investiga se uma idosa de 73 anos foi mantida em situação análoga à escravidão em um hotel na cidade de Garibaldi, no Rio Grande do Sul. 

A mulher estava desaparecida desde 1979 e foi encontrada em um quarto sem janelas e sem banheiro próximo, no subsolo da hospedaria. 

Funcionários disseram à polícia que a idosa trabalhou no local entre os anos 1990 e 2000 e desde então morava lá. Segundo o advogado do hotel, Flavio Green Koff, “não tinha o que fazer” com ela. 

“Ela se tornou parte integrante da família, e o tempo foi passando, foi passando e não tinha o que fazer com essa senhora. Vamos jogar na rua? O que fazer? Não tinha uma solução.” 

Ele alega que a mulher “tinha uma vida normal” e “andava onde queria”. 

“Ela tinha o seu quarto, não era cinco estrelas, evidentemente, não tinha banheiro no quarto, não era uma suíte, mas o banheiro dela ficava a 20 passos mais ou menos do quarto dela, em área coberta, não tinha problema nenhum”, afirmou. 

No entanto, foi aberta uma investigação para descobrir se a idosa era vítima de maus-tratos. Segundo a polícia, o quarto não tinha iluminação natural e o banheiro não era próximo, ao contrário do que diz o advogado. 

“As condições de higiene no local eram precárias, roupas de cama e colchão muito sujos. Ela fazia as necessidades em um balde”, contou o delegado Marcelo Ferrugem. 

O caso 

Apesar de não ser vista pela família desde 1979, o desaparecimento da mulher só foi registrado em 2021 após uma sobrinha ficar sabendo de uma campanha de identificação de desaparecidos. 

A Polícia Civil chegou ao local após denúncias e descobriu as condições precárias que levaram à abertura da investigação.  

Baseado na investigação policial, o MTE apurará se houve maus-tratos, além de trabalho análogo à escravidão. 

A idosa já foi buscada pela família, que vive em Cachoeirinha, a 117 km de Garibaldi, e apresenta sinais de comprometimento cognitivo. 

De acordo com o advogado da família, a senhora está muito abalada e passará por atendimento médico, psicológico e dental.

Com informações de: G1

Fotos: local onde a idosa vivia quando foi resgatada (créditos: divulgação/Polícia Civil).

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