MPT confirma falência de terceirizadas da UFJF

Trabalhadores pararam o tráfego no campus, na  terça-feira dia 13; universidade garante pagamento de salários por três meses

Trabalhadores da PH Service e da Alpha Vigilância interromperam nesta terça-feira (13) pela manhã o tráfego no Pórtico Norte da UFJF em protesto pelo não recebimento de salários este mês. Após a manifestação, representantes da categoria encontraram-se com a administração da universidade, em busca de garantias da instituição, onde 463 funcionários prestam serviço de conservação e vigilância. Na segunda-feira, a UFJF já havia divulgado nota afirmando que arcaria com os vencimentos por três meses. Documento do Ministério Público do Trabalho (MPT-Minas), de Belo Horizonte, ao qual a Tribuna teve acesso nesta terça, confirma a situação de falência das duas empresas, pertencentes ao mesmo grupo. Nele, representantes da PH informam estar encerrando suas atividades esta semana em virtude da “reiterada inadimplência dos tomadores de serviço”. O texto consta em ata de reunião realizada na segunda-feira, na capital mineira, com o MPT, para discutir a situação dos trabalhadores de Belo Horizonte. Ao todo, o grupo possui 11 mil empregados no estado.  

Protesto 13.05 (140)

A Tribuna voltou a tentar contato com a administração da empresa nesta terça, por telefone, mas não obteve resposta. A Procuradoria Jurídica da PH Service também foi procurada, mas disse não estar autorizada a falar com a imprensa. 

Após a UFJF garantir que assume os salários dos funcionários vinculados à instituição, que estão parados desde o início do mês, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio e Conservação (Sinteac-JF) requereu junto à procuradoria jurídica da PH Service os contracheques dos trabalhadores, para repassá-los à universidade. O Sinteac está solicitando uma reunião com o  MPT, a fim de garantir os direitos dos mais de mil funcionários do grupo que trabalham em Juiz de Fora. Entre as instituições estão, além da UFJF, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), a Receita Federal, a Embrapa, a Caixa Econômica Federal e a Advocacia Geral da União (AGU). Ainda permanece indefinida a situação de 82 servidores da Alpha Vigilância, incorporados por ela após a ruptura de contrato com outra antiga prestadora de serviços para a universidade. Eles têm seis meses de salários pendentes da antiga empregadora.

Pela manhã, durante os protestos, os funcionários terceirizados da UFJF chegaram a ocupar a reitoria, mas logo deixaram o local. Eles optaram por fechar o Pórtico Norte do campus, na Cidade Alta, impedindo a entrada e saída de veículos. Um extenso congestionamento se formou na região, e o tráfego foi deslocado para o Dom Orione. O presidente do Sinteac, Sérgio Félix, explica que os profissionais retornarão suas atividades assim que forem pagos os vencimentos. O sindicato espera as reuniões no MPT para definir o futuro dos profissionais, assim como o o Sindicato dos Vigilantes, que representa os funcionários da Alpha. “Vamos aguardar esta definição e discutir isto internamente”, afirma o presidente do Sindicato dos Vigilantes, Josias Rosa.

Durante o encontro na UFJF, os pró-reitores de Planejamento e Gestão, Alexandre Zanini, e de Recursos Humanos, Sebastião Girardi, asseguraram aos trabalhadores o que foi  prometido pelo reitor Henrique Duque na tarde de segunda-feira, quando o mesmo assumiu o compromisso de pagar os direitos trabalhistas e verbas remuneratórias dos funcionários vinculados aos cinco contratos mantidos com a empresa. Segundo a assessoria da UFJF, “este número representa 2% dos contratos que a PH mantém com órgãos federais em todo o país”. 

 Em Belo Horizonte

Na capital, onde está sediada a empresa, que é uma das maiores prestadoras de serviços do país e conta com mais de 30 mil funcionários em sete estados – Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Distrito Federal, e Paraná – , foi realizada nova reunião nesta terça-feira no MPT para tomada de decisões. Entra elas, foi acordado o futuro dos trabalhadores da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), da Justiça Federal e do Banco do Brasil (BB), que vão reter pagamentos da PH Service para os empregados. Quanto a outros órgãos estatais, como a Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), a Agência Nacional de Saúde (ANS) e a Agência Nacional de Telefonia (Anatel), não houve acordo. 

Fonte: Tribuna de Minas

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