Movimento sindical organiza ato público em defesa da pessoa com deficiência

Sindpd, CSB e Feittinf defendem a inclusão dos deficientes no mercado de trabalho

Os movimentos sindical e social organizaram um ato público, em 3 de dezembro, para lembrar o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência. O objetivo do encontro, realizado em São Paulo, foi conscientizar a sociedade sobre os desafios e anseios dos deficientes. A diretoria do Sindpd Sandra Bueno representou o Sindicato, a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e a Federação Interestadual dos Trabalhadores em Processamento de Dados, Serviços de Informática e Tecnologia da Informação (FEITTINF).

O ato público aconteceu em frente ao Theatro Municipal de São Paulo, devido à demissão de 15 músicos que compunham o coral da instituição. Entre os trabalhadores estava a cantora lírica Margareth Loureiro, demitida por ser deficiente física – a artista contraiu poliomielite na infância. O encontro pediu a reintegração dos funcionários dispensados.

DSC07687Para Sandra Bueno, é por meio de ações como essa que as pessoas com deficiência têm oportunidade de apresentar suas demandas, e a sociedade pode perceber que esse é um segmento social importante e que precisa ser incluído. “As pessoas com deficiência querem se sentir reintegradas à sociedade, e isso inclui, trabalho, educação e lazer. A demissão da cantora Margareth demonstra que as empresas não estão preparadas para lidar com funcionários deficientes. O preconceito existe e é grande”, afirmou.

Lei de Cotas

A Lei 8.231, conhecida como a Lei de Cotas, promulgada em 1991, foi criada para garantir a inclusão de deficientes no mercado de trabalho. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o País possui mais de dez milhões de pessoas com deficiência com Ensino Médio e Superior completo, mas apenas 218 mil pessoas com esta escolaridade estão trabalhando com carteira profissional registrada.

Na prática, apenas 26,5% das vagas da lei de cotas estão sendo cumpridos. “Precisamos assegurar que a lei seja cumprida pelas empresas. O governo deve fiscalizá-las para que as cotas sejam atingidas em sua totalidade e com qualidade. É preciso que as pessoas com deficiências ocupem cargos para os quais elas estão capacitadas. Muitas companhias contratam o deficiente apenas para cumprir a cota e o coloca em uma função qualquer. Eles não querem só ocupar cotas, mas também ser produtivos”, afirmou a diretora.

O movimento sindical discute a integração dos deficientes no mercado de trabalho. A acessibilidade arquitetônica – nas ruas e edificações, nos transportes e nas comunicações – para pessoas com deficiência visual e auditiva é outro tema a ser debatido e analisado, segundo Antonio Neto.  “É uma dívida que a sociedade e o Estado brasileiro têm com as pessoas com deficiência. Estes trabalhadores precisam ter transporte público adaptado, de qualidade, e as empresas precisam readequar a infraestrutura dos prédios para que o empregado tenha livre acesso à empresa”, disse o presidente do Sindpd, da CSB e Feittinf.

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