Segundo Fenordest, há suspeitas de que motofretistas estejam transportando passageiros, o que não é permitido
Contra suspeitas de irregularidades cometidas pelos motofretistas na capital acreana, aproximadamente 250 mototaxistas fizeram uma manifestação na manhã da última terça-feira (27), na Avenida Getúlio Vargas, em frente ao teatro Plácido de Castro, na cidade de Rio Branco (AC). Segundo a Federação Interestadual das Regiões Norte e Nordeste dos Trabalhadores em Transporte de Mototaxistas, Motoboys, Moto-fretes e Taxistas (Fenordest), os motofretistas, que têm autorização para transportar apenas cargas e pequenos volumes, estão transportando passageiros, o que é proibido, de acordo com a Lei 12.009. Além disso, a entidade pede mais fiscalização por parte das autoridades.
Para o presidente da Fenordest e vice-presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Pedro da Silva Mourão, esses fatos representam uma perda de 30% na renda dos trabalhadores que transportam passageiros com uma motocicleta. “Estamos em um período de crise no País, e os mototaxistas de Rio Branco não podem ter outro emprego. Se não tiver passageiro para pegar, vão passar fome”, disse Mourão.
Apesar de as duas categorias usarem placa vermelha e terem credencial da prefeitura, cada uma delas tem uma caracterização própria. “O veículo dos mototaxistas é branco, enquanto do motofretista é laranja. As cores do capacete e os adesivos são diferentes, além da cor do colete, que é amarelo do mototaxista, e dos motofretistas é preto”, completou o presidente da Federação.
O dirigente ressalta que os passageiros que utilizam esse serviço ilegal colocam a própria vida em risco, e deixam de usufruir de um serviço que conta com seguro especial e condutores preparados com cursos antes de irem para as ruas. Mourão acredita que algumas medidas, por parte do governo, ajudariam a conter os transportes ilegais.
“A implementação do mototaxímetro deixará mais evidente para o passageiro quem é quem. Além disso, a prefeitura poderia alterar a lei municipal e obrigar os motofretistas a colocarem o baú em seus veículos. Dessa forma, se alguém for pego na rua sem esse equipamento, a moto será aprendida, como na lei federal”, argumentou.
Caso o problema não seja resolvido, os mototaxistas farão um grande ato com o apoio dos taxistas. A intenção é parar o centro de Rio Branco e exigir as mudanças e o cumprimento da lei. Com isso, a Federação espera também conscientizar a população da importância do tema.
Os motofretistas pegos transportando pessoas têm suas motocicletas apreendidas e recebem uma multa no valor de R$ 980. A fiscalização é feita por uma equipe especializada da prefeitura em parceria com a Polícia Militar (PM). Atualmente, em Rio Branco, existem aproximadamente 850 mototaxistas em atividade.