Durante a manifestação, foi lançada a frente sindical contra o projeto que representa retrocesso aos servidores
A CSB, confederações e federações organizaram, ontem, 13, um ato nacional contra o Projeto de Lei Complementar (PLP) 257, que propõe a renegociação das dívidas dos governos estaduais e do Distrito Federal com a União em troca de enormes prejuízos aos servidores públicos. Dirigentes sindicais da Entidade em todo o País reuniram trabalhadores para uma paralisação em defesa dos direitos dos servidores. Em Brasília, a manifestação reuniu cerca de mil servidores, que se concentraram em frente ao Ministério da Fazenda e seguiram para o Congresso Nacional. Durante o ato, um caixão e um boneco foram incendiados simbolizando a cremação do PLP 257.
Segundo o vice-presidente da CSB e presidente Sindicato dos Policiais Federais do Distrito Federal (SINDIPOL/DF), Flávio Werneck, este foi o primeiro ato de muitas manifestações que devem ocorrer pelo Brasil durante o mês de abril. “Esta ação foi para chamar a atenção dos servidores públicos brasileiros para a nocividade que o PLP representa à sociedade. Essa medida irá sucatear os serviços públicos e trará à tona o estado mínimo de direito, ou seja, ela pretende retirar vários direitos dos servidores e ainda reduzir a prestação de serviços para a sociedade”, disse.
“A população precisa se unir contra essa medida que beneficia apenas os especuladores do mercado financeiro, que detêm os títulos das dívidas dos estados. Esse projeto de lei, ao invés de buscar a recuperação dos créditos da dívida ativa do País – que já supera R$ 1,6 trilhão -, de incentivar o combate à sonegação, de trazer propostas que permitam a retomada da economia, lamentavelmente, traz de forma camuflada e irresponsável, retrocessos e precarização dos serviços públicos”, avaliou Werneck.
De acordo com o também vice-presidente da Central e presidente do Sindicato dos Agentes de Atividades Penitenciárias do Distrito Federal (SINDPEN/DF), Leandro Allan, a manifestação representou o lançamento da frente sindical contra o PLP 257. “Essa medida representa um pacote de maldades contra os servidores. Este projeto aumenta a taxação de imposto do servidor público de 11% para 14%, congela salários de 6 a 10 anos, cria o Plano de Demissão Voluntária (PDV), proíbe realização de contratação de novos servidores públicos, bem como realização de concursos públicos. Nós não podemos pagar a conta da corrupção do nosso país.
Servidores públicos do Brasil, essa briga é nossa! Não ao PLP 257/16”, convocou. “Se aprovado o PLP, a União obrigará estados e municípios a cortarem funcionários, congelar salários e privatizar as estatais. Nós, servidores, iremos parar o Brasil caso não seja derrubada a medida”, completou Allan.
Reunião com o governo
Lideranças das centrais sindicais se reuniram com ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Ricardo Berzoini, na terça-feira, 12, para debater os malefícios que PLP 257 trará à sociedade e aos servidores públicos.
No encontro, Berzoini anunciou que o governo não deve insistir na votação das condicionalidades inseridas no Projeto de Lei Complementar e se comprometeu aprofundar o debate sobre o PLP 257 com representantes dos trabalhadores.
Flávio Werneck alerta que o ministro afirmou que o governo só irá tirar o regime de urgência de votação do projeto da Câmara na segunda-feira, 18 de abril. “Isso coloca nós, servidores e trabalhadores de todo o Brasil, em uma situação muito frágil. O governo teria que retirar essa medida de votação ainda esta semana, só assim nós poderíamos ter certeza de que o governo irá cumprir com o que nos foi dito”, avaliou.
Confira a galeria de imagens da mobilização em Brasília pela derrubada do PLP 257 .