Dirigentes sindicais querem reinventar o movimento e aproximá-lo da sociedade e dos trabalhadores para fortalecer as lutas contra os retrocessos
Entidades sindicais da inciativa privada do estado do Mato Grosso e filiadas à Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) se reuniram nesta quarta-feira (7), na sede da Seccional da Central, em Cuiabá (MT), para discutir os impactos da Lei 13.467, da reforma trabalhista, e planejar ações para reinventar o movimento sindical de maneira a ampliar sua atuação.
Em tempos de campanhas negativas por parte de setores da mídia, a Seccional Mato Grosso da CSB pretende construir uma grande base de dados para difundir melhor as ações das entidades sindicais com os trabalhadores e dirigentes.
Para a presidente da Seccional e vice-presidente da nacional, Dianyeire Dias de Souza, a ação busca trazer para o estado um movimento sindical mais aguerrido e unido.
“A CSB Mato Grosso tem um lema: “Somos todos Nós”. O problema dos sindicatos é o nosso problema também. Vamos buscar no nosso estado um sindicalismo aguerrido e voltado para o desenvolvimento dos trabalhadores. Esta reunião serviu para trabalharmos os problemas que esses sindicatos têm e buscarmos, juntos, soluções através do compartilhamento de experiências. Vamos buscar, cada vez mais, que a CSB Mato Grosso seja referência dentro do estado e, assim, fazer com que os presidentes dos sindicatos saibam o que faz uma central sindical”, disse a presidente, que ainda usou o presidente da Central, Antonio Neto, como exemplo de sindicalismo.
Segundo Antonio Wagner de Oliveira, vice-presidente da Seccional, a entidade pretende interligar as bases de dados.
“Vamos criar uma grande base de dados, e tudo que acontecer a gente poderá interligar as discussões e, assim, difundir e propagar as matérias que sejam de interesse para a construção ideológica”, falou Wagner sobre a possibilidade de reinventar o movimento por meio do cooperativismo sindical.
“O cooperativismo sindical é um caminho para que a gente otimize viagens e ações para conversar com a base. Desse jeito, nós construiremos mais e gastaremos menos. A tônica do movimento sindical será essa, a construção de mais de um sindicato dentro de um mesmo roteiro de viagens, seja para fazer homologações ou para organizar as bases. Essa é a hora do movimento se reinventar, pois teremos muitas dificuldades pela frente. Foi massacrante a campanha da mídia contra o movimento e, por isso, é necessário retomar o diálogo com a base e com a periferia ”, completou o vice-presidente da Seccional.
Além de debater os problemas, a reunião foi uma oportunidade de os sindicatos da iniciativa privada, de diferentes categorias, se alinharem para combater a reforma da Previdência e organizar a atuação contra a reforma trabalhista.
“A reunião foi muito frutífera. Nós percebemos que precisávamos conversar mais e tratar de alguns pontos que estão eminentes nas reformas, principalmente agora que vários sindicatos se encaminham para negociação. Conversamos sobre a contribuição sindical e tivemos um alinhamento muito parecido com o que a Dra. Zilmara [Alencar, consultoria jurídica] tem passado através da CSB. Consolidamos, com isso, um novo modo de trabalho e saímos com vontade de fazer mais”, finalizou Shirley Maria Camargo de Oliveira, secretária de Organização e Mobilização da Seccional MT.