Mais de 5 mil servidores são contra pacote de maldades da prefeitura de Porto Alegre (RS)

Administração pública não quer reajustar salários e pretende retirar direitos já conquistados pela categoria

Em protesto contra o pacote de maldades encaminhado pelo prefeito Nelson Marchezan (PSDB/RS) à Câmara de Vereadores na semana passada, mais de 5.500 trabalhadores mobilizaram-se, na última segunda-feira (31), em frente ao prédio da prefeitura de Porto Alegre. Na manifestação, professores, assistentes sociais, médicos, enfermeiros, profissionais do transporte público, entre outros, reivindicaram a derrubada dos projetos do prefeito e expressaram sua insatisfação com o aumento da contribuição previdenciária dos servidores, já aprovado em julho.

De acordo com a 1ª secretária da Mulher Trabalhadora da CSB e presidente do Sindicato dos Assistentes Sociais no estado do Rio Grande do Sul (SASERS), Eliane Gerber, “os municipários vêm sendo bombardeados por decisões que precarizam os trabalhadores desde o início do governo com a retirada de avanços históricos dos servidores públicos”. Ainda segundo a dirigente, as propostas do Poder Executivo Municipal incluem o parcelamento de salários e do 13º, a privatização do Departamento Municipal de Água e Esgostos (Dmae), o fim da integração nas passagens de ônibus e dos adicionais por tempo de serviço (gratificação de até 25% quando o servidor completa 25 anos de trabalho).

“[O problema] é que a administração pública não dialoga. O prefeito não debate com os sindicatos. Ele vai para a mídia e faz um discurso que, na minha opinião, acirra mais os ânimos da população ao chamar o municipário de moleque e baderneiro em vez de criar um clima ameno, de diálogo e aproximação. Na véspera do ano letivo, por exemplo, ele baixou uma série de regras que afetava o funcionamento das escolas. Já na área da assistência social, ele tem reduzido o número de Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e os Especializados (CREAS)”, apontou Gerber.

Os funcionários públicos também reivindicaram a reposição inflacionária dos salários em 2017 e a volta da alíquota de contribuição à Previdência Social de 14% para 12% – a elevação não foi analisada pelo Previmpa, o Conselho de Previdência Social dos Municipários de Porto Alegre antes de ser aprovada, o que, para a dirigente, mostra que a prefeitura tem relegado os direitos dos trabalhadores.

“Com essas propostas e atuação, a administração vende a ideia de que força de trabalho não é importante. Falta gerenciamento na cidade. Eles querem retirar o benefício do triênio, pelo qual o servidor ganha uma bonificação de 5% a cada três anos, para implantar o quinquênio com um percentual de 3%, mas não apontam nenhuma política para contribuir ao desenvolvimento do município de Porto Alegre”, destaca a sindicalista.

O protesto dos municipários da capital do Rio Grande do Sul recebeu apoio de diversas lideranças políticas, entre elas: das centrais sindicais, de deputados estaduais e de vereadores.

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