Intransigência do governador é causa de a greve por RGA não chegar ao fim

O setor agropecuário perdeu, com a greve dos servidores do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), conforme informações do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), mais de R$ 700 milhões durante esse período de paralisação da base, que teve início no último dia 6 e completa, nesta quarta-feira (29.06), 24 dias sem que haja solução para o impasse de pagamento da Revisão Geral Anual (RGA) de 11,28%. Além deste setor, que pesa bastante na economia estadual e, consequentemente, do País, indiretamente outros segmentos e, ao final, toda a sociedade é atingida por conta única e exclusivamente da intransigência em negociar de forma clara com os representantes do Fórum Sindical, do governador do Estado, Pedro Taques.

O Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Agrícola, Agrário, Pecuário e Florestal do Estado de Mato Grosso (Sintap), que representa os servidores do Indea e Intermat e faz parte do Fórum Sindical, esclarece que toda essa celeuma poderia ter sido evitada se o chefe do Executivo não insistisse em apresentar propostas descabidas para apreciação de todas as categorias que compõem o Fórum onde sempre quer pagar menos do que 11,28% e com parcelas sem retroativo, o que prejudica ainda mais o poder aquisitivo dos servidores.

“Em 102 reuniões que o governo alega ter tido com o Fórum, nenhuma vez foram abertos os números aos sindicalistas para que fizéssemos as contas e verificar a veracidade dos números. Nem sequer foram consideradas nessas propostas governamentais feitas até o momento, as sugestões de como aumentar a Receita estadual e que foram há tempos apresentadas pelo Fórum Sindical”, lembra a presidente do Sintap, Diany Dias.

Ela lembra ainda que, com as poucas informações recebidas pelo Fórum em forma de apresentações em slide por parte da equipe econômica do Governo, foi possível ter ideia de que há números em exagero que deixam dúvidas quanto à sua veracidade e, por isso, precisam ser repassados em aberto para que sejam sanadas todas as dúvidas e, assim chegar a um consenso. O problema, segundo a presidente, é o modus operandi inábil de Taques e sua equipe em todos os momentos de negociação com o Fórum.

Em janeiro houve o anúncio da possibilidade de atraso salarial. Em fevereiro houve conversa sobre os números, mas nada de apresenta-los de forma inteira. Em março, a equipe econômica novamente conversou sobre os números e a dificuldade de todo o País ainda sem apresentar solução para o pagamento. Em abril foram apresentados slides dos números só que fechados o que foi solicitada a abertura pelo Fórum. Em maio as discussões foram ficando acirradas pelo fato de ainda o governo não ter dado qualquer resposta concreta acerca das sugestões do Fórum (inclusive do Sintap para taxar as commodities e a volta da identificação da madeira) e aí o Fórum organizou algumas paralisações porque as bases não mais aguentavam ficar só na conversa com o Governo e foi deflagrada a greve no dia 31.

Em junho, já em greve e ainda sem adesão das bases do Intermat e Indea, representadas pelo Sintap, tiveram início novas conversas entre as partes. Contudo, o governo agiu com má fé quando um membro de sua equipe relatou que não havia como pagar a RGA pelo fato de o que estava previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA) não ter sido incluída na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) sem que os sindicatos fossem avisados disso. Outro agravante foi ter armado reuniões para que alguns presidentes fossem notificados de ilegalidade da greve por duas vezes e de forma truculenta. Diante de tanta inabilidade na negociação o governador ainda jogou no colo da Assembleia Legislativa a questão da RGA o que ocasionou o trancamento da pauta e todas as outras questões de cunho importante para o desenvolvimento de Mato Grosso ficassem a ver navios até que se resolva a RGA.

Os últimos

A presidente do Sintap lembra ainda que os servidores do Indea e Intermat creram, até o dia 3 de junho, que as negociações fossem avançar, mas o que se viu foram apenas apresentações de proposta goela abaixo dos servidores sem boa vontade política para resolver a questão e sim utilizando de judicializações para forçar os servidores a trabalhar sem o seu direito de recomposição garantido. “Infelizmente, não só o servidor perde com a greve, mas também o governo que teve um desgaste na imagem que nem R$ 70 milhões em propagando na mídia local pode recuperar já que a imprensa nacional já denuncia as perdas na área agropecuária e também toda a sociedade que assiste ao descontrole estadual sem data para terminar.

Fonte: Adriana Nascimento – Assessoria Sintap

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