Indicador do BC aponta alta de 0,12% na economia em abril

O Banco Central apontou crescimento da economia brasileira em abril, superando a previsão de analistas

O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) avançou 0,12% na comparação com março, segundo dados dessazonalizados (livres das influências de cada período), informou o BC nesta sexta-feira (13).

Analistas consultados pela Reuters esperavam estagnação na comparação mensal, de acordo com a mediana de 19 projeções, que foram de queda de 0,40% a alta de 0,53%.

No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, o índice aponta alta de 0,8%, e nos 12 meses encerrados em abril, de 2,19%.

Na comparação com abril do ano passado, o IBC-Br mostra queda de 0,67% no desempenho da economia.

O indicador já foi considerado uma prévia do PIB (Produto Interno Bruto), mas deixou de se ser considerado assim após ter descolado dos números oficiais do IBGE.

A leitura do índice em março indicava alta de 0,11% no mês e crescimento de 0,29% no primeiro trimestre do ano.

O PIB, calculado pelo IBGE, fechou o período com alta de 0,2%.

DIFERENÇAS

Apesar da diferença em relação ao PIB, o IBC-Br é uma das informações utilizadas pelos economistas nas suas projeções para o PIB.

Os dois indicadores têm periodicidade e método de cálculos diferenciados, por isso nem sempre apresentam os mesmos resultados.

O indicador do BC leva em conta a trajetória das variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (agropecuária, indústria e serviços).

A estimativa do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores acrescida dos impostos sobre produtos.

O PIB, calculado pelo IBGE, é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país durante certo período.

2014

As previsões para a economia brasileira em 2014 indicam crescimento baixo neste ano.

O Banco Mundial revisou para baixo sua estimativa e aponta que o PIB crescerá 1,5% -em janeiro, a estimativa era de 2,4%.

O resultado é similar ao de analistas consultados pelo Banco Central no boletim Focus, que estimam avanço de 1,44% para a economia brasileira neste ano.

No mês de abril, as vendas do varejo caíram 0,4%, segundo o IBGE, repetindo uma tendência que já havia ocorrido em março.

O cenário ruim fez com que as famílias pisassem no freio e consumissem menos. Jogam a favor dessa tendência de baixa os juros mais altos do cartão de crédito e do crediário, a inadimplência mais elevada e a restrita oferta de crédito aos consumidores pessoa física.

Nem a Copa deve fazer esse cenário mudar. Poucos setores do comércio devem se beneficiar do evento –a maioria deles já registrou vendas menores em abril.

Analistas esperam que o quadro ruim se repita em maio e junho. O principal impacto negativo vem do menor número de dias úteis, com feriados em algumas cidades-sedes. Além disso, muitas lojas vão fechar suas portas em dias de jogos.

A expectativa do setor é de que as vendas não aumentem porque muitas pessoas vão optar por fazer suas refeições e consumir bebidas em bares, fora de casa.

A indústria, que recuou em abril pelo segundo mês consecutivo, fechou vagas no mês. O emprego no setor teve queda de 0,3% na comparação com março.

Com isso, o índice acumulado para o primeiro quadrimestre deste ano aponta uma queda de 2%.

Sem uma retomada à vista da produção e com empresários pouco otimistas, o emprego na indústria patina e tende a fechar 2014 em terreno negativo.

Fonte: Folha de São Paulo

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