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Vendida para grupo estrangeiro, iFood demite mais de 300 funcionários e alega crise

Vendida para grupo estrangeiro, iFood demite mais de 300 funcionários e alega crise

iFood demite funcionários – Startup avaliada em mais de US$1 bilhão, o iFood anunciou nesta quarta-feira (1º) a demissão de 355 funcionários, o que representa 6,3% do seu quadro total de 5,1 mil colaboradores.

Os cortes foram realizados em diferentes áreas da empresa, com alguns times reduzidos em até 30%. De acordo com o Estadão, essa decisão faz parte de um movimento que vem sendo realizado desde o ano passado e é retrato do impacto da crise econômica sobre as empresas.

O iFood justificou a medida por meio de uma nota em que afirma que “o atual cenário econômico mundial tem exigido das empresas ações imediatas na busca por novas rotas para enfrentar essas adversidades”.

Além disso, a empresa destacou que os funcionários demitidos terão benefícios como extensão do plano de saúde, auxílio alimentação, suporte para recolocação e doação dos equipamentos de trabalho (computadores e celulares).

A dita crise econômica é apenas um dos desafios enfrentados pelo iFood. Em fevereiro deste ano, o Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) celebrou um Termo de Compromisso de Cessação (TCC) com a empresa para reduzir o número de restaurantes exclusivos na plataforma.

O acordo proíbe compromissos de exclusividade com redes que somem 30 restaurantes ou mais, uma medida considerada estratégica pelo órgão regulador para a composição do portfólio de marketplaces de delivery online de comida.

Demissões em Big Techs

A demissão de funcionários em massa não é uma exclusividade da plataforma de alimentos. Com a alta dos juros e a inflação, as empresas de tecnologia estão sendo pressionadas a se tornar mais eficientes e rentáveis para atrair investidores.

Como resultado, demissões têm se tornado cada vez mais comuns em um mercado conhecido por contratar milhares de pessoas para manter o alto ritmo de crescimento.

Somente no Brasil, cerca de 4 mil demissões em massa foram realizadas entre startups “unicórnios” – empresas de tecnologia de capital fechado com avaliação superior a US$1 bilhão.

Entre as que já fizeram demissões em massa estão 99, Loggi, QuintoAndar, Loft, Facily, Vtex, Ebanx, MadeiraMadeira, Mercado Bitcoin, Olist, Unico, Hotmart, Dock, Neon e Wildlife. A mexicana Kavak, maior unicórnio da América Latina, também realizou cortes severos na operação brasileira.

Crise no setor

Além das startups, as grandes empresas de tecnologia também realizaram demissões em massa nos últimos anos. Somente em 2022, a Microsoft cortou cerca de 18 mil empregos em todo o mundo, enquanto a Google dispensou 10 mil funcionários e a Amazon demitiu mais de 27 mil. Já em 2023, a Meta, antiga Facebook, anunciou um corte de 10 mil empregos em todo o mundo.

No total, entre 2020 e 2023, as empresas do setor tecnológico demitiram mais de 85 mil pessoas, conforme levantamento do Estadão. As demissões ocorreram principalmente em áreas como marketing, vendas e suporte ao cliente, que foram afetadas pela pandemia da COVID-19 e pelas mudanças no comportamento do consumidor. As empresas também têm enfrentado pressão dos acionistas para cortar custos e aumentar a eficiência.

Fonte: Brasil Independente