Negociações não avançam no GT dos Apps – Após a última reunião do GT dos Aplicativos, realizada nesta terça-feira (29) em Brasília, os representantes dos entregadores emitiram um alerta nacional de mobilização para todos os trabalhadores em aplicativos do país.
Há cerca de três meses, as centrais sindicais e associações das empresas do setor discutem as condições de trabalho oferecidas pelas plataformas num grupo intermediado pelo Ministério do Trabalho.
Os trabalhadores pedem por uma remuneração mínima que leve em consideração os custos que se tem para fazer uma entrega, como aluguel da moto ou ipva, combustível, equipamentos de segurança e de trabalho, além de proteção em caso de acidentes e direitos previdenciários.
Relacionada: Trabalhadores rejeitam proposta de empresas no GT dos Aplicativos; entenda
A bancada sindical apresentou um estudo realizado em parceria com o Dieese para calcular a remuneração, que não foi considerado pelas empresas.
“As empresas não vieram para negociar. Elas apresentaram uma proposta totalmente desrespeitosa de 12 reais por hora efetivamente trabalhada, isso quer dizer, só quando estiver com pedido dentro da mochila. Sem contar as questões de saúde e segurança, estamos cansados de ver nossos companheiros morrendo e se mutilando no trânsito, sem garantia nenhuma”, contou Nicolas Souza, representante da CSB e da Aliança Nacional dos Entregadores por Aplicativos no grupo.
Sem avanços, os trabalhadores emitiram um alerta para futuras mobilizações nas ruas caso não se chegue a um acordo até 12 de setembro. Leia o comunicado na íntegra:
ALERTA NACIONAL DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS POR APLICATIVO
As representações nacionais dos trabalhadores e trabalhadorasporaplicativos, por meio das Centrais Sindicais UGT, Força Sindical, CUT, CSB, NCST, CTB e Intersindical do Conselho Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores e Motoentregadores do Brasil, da Frente Nacional dos Mototaxistas doBrasil, da Febramoto, da Fenamoto, da Fenamasp e da Aliança Nacional dos Entregadores por Aplicativos, reuniram-se em 29/08/2030 em Brasília.
Após rejeitarem as propostas da AMOBITEC (IFOOF, UBER, LALAMOV, ZéDelivery, 99, Amazon) e da MID (LOGGI, RAPPI, Mercado Livre, Movile, Americanas e outros), que foram apresentadas aos trabalhadores e trabalhadoras após quase 120 dias de negociação sem nenhum avanço, decidiram por unanimidade convocar o ALERTA NACIONAL da categoria dos trabalhadores e trabalhadoras por aplicativo (MOTOCICLISTAS, MOTORISTAS, MOTOTAXISTAS E CICLISTAS) a partir do dia 12 de setembro de 2023.
Caso, nessa data, não ocorra uma negociação satisfatória que defina valorização, dignidade, segurança no trabalho e remuneração decente, a categoria e suas representações convocarão uma paralisação nacional.
As representações também conclamam a sociedade a compreender que essa categoria é a mais precarizada e a que mais sofre violências e acidentes no trabalho para atender a população, e não tem o reconhecimento por parte de seus empregadores das empresas de transporte por aplicativos.
