Trabalhadores reivindicam reposição salarial e cumprimento de legislação federal
Há mais de uma semana em greve, os servidores de Ibatiba (ES) continuam sem uma proposta concreta da prefeitura para atender às suas reivindicações. Liderados pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais da cidade (SINDIPUMIES), cerca de 325 trabalhadores seguem paralisados e se recusam a aceitar a justificativa do prefeito Luciano Pingo de que a administração não possui índice fiscal para honrar as dívidas trabalhistas junto aos servidores.
Desde o início da greve, a prefeitura encaminhou três ofícios ao Sindicato com o mesmo posicionamento. O último foi recebido nesta terça-feira (31). “A gente tem recebido ofícios nos quais o prefeito justifica o descumprimento de deveres básicos como se fossem propostas, mas a gente não entende que são propostas. Ele quer que o Sindicato aguarde até a prefeitura ter o índice fiscal para que seja feito o pagamento dos direitos dos trabalhadores, mas nós não concordamos”, ressalta Edson Salôto, presidente do SINDIPUMIES.
Ainda segundo Salôto, os servidores “mantêm a posição de que o prefeito não pode decidir se vai pagar ou não direitos trabalhistas” e a Entidade planeja realizar uma denúncia no Ministério Público e na Câmara de Vereadores caso o prefeito não elabore uma proposta efetiva em até dez dias.
“O movimento está sendo desgastante para os servidores, sob ameaças de corte de ponto e, em alguns casos, ameaças de exoneração. Mas nós vamos seguir com o movimento e se, nos próximos dez dias, não houver uma resposta da prefeitura, iremos entrar com a denúncia por ato de improbidade”, explica o dirigente.
Reivindicações
Em greve desde o dia 23/07, os trabalhadores pedem reposição salarial de 3%, o pagamento do Piso Nacional Salarial dos professores e o fim da utilização de benefícios como complementos de um salário mínimo a operários, serventes, merendeiras e vigias.
O SINDIPUMIES também alega que o prefeito já chegou a gastar R$ 1,3 milhão por ano para financiar a ampliação do quadro de funcionários comissionados, shows e publicidade em detrimento de direitos básicos da categoria. A quantia representa um aumento de 20% dos custos da administração pública em comparação à gestão anterior.
“Esperamos que a população entenda que essa luta é importante até para a própria comunidade. Os direitos trabalhistas precisam ser honrados sob pena de termos um serviço precário e sem qualidade. Ou, pior ainda, que as dívidas acumuladas inviabilizem uma boa gestão no futuro”, alerta o presidente do SINDIPUMIES.
Entenda melhor as reivindicações dos servidores de Ibatiba (ES).