Governo Temer oficializa entrega da Eletrobras ao capital financeiro

Após anúncio do Ministério de Minas e Energia de privatizar a Eletrobras, feito em agosto, o presidente da República, Michel Temer, decidiu consolidar mais um passo para a destruição da soberania nacional ao enviar para o Congresso a proposta de privatização da companhia por meio de projeto de lei.

A decisão do presidente reacende a principal característica do atual governo: entregar o patrimônio do País nas mãos do sistema financeiro. Com esta iniciativa, Michel Temer concede à iniciativa privada uma empresa que é líder em geração e transmissão de energia elétrica no País, o que a transformou em uma das maiores companhias do setor na América Latina.

Hoje, a Eletrobras controla 47 usinas hidrelétricas, 114 termelétricas a gás natural, óleo e carvão, duas termonucleares, 69 usinas eólicas e uma usina solar, e registrou capacidade de 31% do total instalado no Brasil, além de 47% das linhas de transmissão de energia.

Deste modo, privatizar a empresa significa a perda do controle nacional sobre a energia do Brasil, que estará sob a tutela de gestões privadas, em boa parte internacionais. Além do controle energético, estas empresas também terão autonomia sobre a administração do uso das águas e da vazão dos rios brasileiros. Isso, além de ferir a soberania nacional, interfere na segurança da população, fato já comprovado por meio de privatizações como a da Vale do Rio Doce, uma das responsáveis pela tragédia que dizimou vidas e destruiu o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), após o rompimento da barragem de rejeitos de minério da Samarco, empresa controlada pela Vale.

A Eletrobras é peça fundamental no desenvolvimento do setor elétrico do País, consequentemente responsável pelo crescimento econômico, tecnológico, além de levar progresso a milhões de brasileiros com o programa “Luz para todos”, que desde 2003 leva energia elétrica a 15 milhões de brasileiros que vivem nas áreas rurais.

A diminuição da participação do Estado nas empresas públicas nacionais e a entrega das companhias aos interesses meramente lucrativos acarreta uma pressão tarifária e inflacionária muito alta e desigual. Esta prática já foi comprovada pelas empresas já privatizadas no Brasil e pelo caso específico da Argentina, que, após a privatização de seu setor elétrico e o fim do subsídio do governo aos preços da luz, viu as contas aumentarem em 700%, chegando até a 1000% em algumas regiões daquele país.

Desta forma, a entrega da Eletrobras a grupos estrangeiros ameaçará a segurança energética do Brasil, além de causar a desestruturação do fornecimento de energia nas cidades e nas regiões que contam com os projetos sociais do governo. A população sofrerá com os absurdos aumentos nas tarifas, com a ameaça de apagões e toda a insegurança trazida pela administração de uma área vital para a sobrevivência do País feita sob os interesses do setor privado.

A Eletrobras e todo o setor elétrico público brasileiro devem ficar sob a administração do Estado, com o desenvolvimento e a ampliação de políticas que levem energia de qualidade e segura aos quatro cantos do Brasil.

Central dos Sindicatos Brasileiros

Compartilhe:

Leia mais
Sintrammar diretoria eleita 2025
Chapa 2 vence eleições do Sintrammar de Santos e Região, com Erivan Pereira reeleito presidente
reunião mesa permanente servidores federais 20-02-25
Em reunião, servidores federais cobram governo sobre pauta de reivindicações travada
saúde mental no trabalho nr-1
Empresas serão responsáveis por saúde mental dos funcionários a partir de maio
img-pagamentos-inss-mudanca-carnaval
Calendário de pagamentos do INSS terá mudanças devido ao Carnaval 2025; confira datas
mpt campinas investiga empresas por pratica antissindical
MPT investiga 32 empresas de SP por coagirem empregados a se opor à contribuição assistencial
servidores excluidos reestruração carreiras rs mesa fessergs
Fessergs e governo do RS formam mesa sobre servidores excluídos de reestruturação
trabalhador indenização cancer
Trabalhador será indenizado em R$ 500 mil por demissão após comunicar câncer
saque fgts nascimento filhos
Projeto que libera saque do FGTS por nascimento de filhos avança na Câmara
CNJ regras inteligencia artificial judiciário
Conselho aprova regras para uso de inteligência artificial no Judiciário
Trabalho imigrantes Texas Tesla e SpaceX
Empresas de Elon Musk usam imigrantes irregulares em obras no Texas, diz reportagem