O aquecimento do mercado de trabalho deve levar a um número histórico de contratações formais em fevereiro, estima o governo. Os dados oficiais do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) serão divulgados nesta sexta-feira (28), às 14h30, com uma coletiva do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, em seguida. Caso as expectativas se confirmem, o mês registrará o maior volume de vagas abertas para um fevereiro desde o início da série histórica.
Em 2023, foram gerados 306,11 mil empregos formais no mesmo mês. Desde a mudança metodológica em 2020, o recorde foi alcançado em fevereiro de 2021, com 397,71 mil postos de trabalho. Para superar esse patamar e estabelecer uma nova marca, seria necessário ultrapassar a barreira de 400 mil admissões com carteira assinada.
LEIA: Adriana Marcolino: Proposta de novo Imposto de Renda é avanço para tributação mais justa
No primeiro mês de 2024, o país registrou 137 mil novas vagas. Se as contratações de fevereiro efetivamente superarem os 397 mil, o acumulado do ano ultrapassará meio milhão de empregos, surpreendendo as projeções iniciais do mercado. Atualmente, as estimativas para fevereiro variam entre 154 mil e 330 mil postos formais criados.
Apesar do cenário favorável para os trabalhadores, o forte desempenho do mercado de trabalho preocupa operadores do mercado financeiro. Um volume excessivo de contratações pode indicar superaquecimento da economia, o que, sem ganhos de produtividade, pode gerar inflação. Se o aumento do emprego e da renda – e, consequentemente, do consumo – não for acompanhado pela expansão da oferta de produtos e serviços, a pressão sobre os preços tende a crescer.
A inflação, principalmente no setor de alimentos, já é um desafio para o governo. Caso os preços não comecem a desacelerar em direção à meta de 3%, o Banco Central pode decidir não fazer cortes na taxa básica de juros (Selic) ainda em 2025.
Com informações de UOL
Foto: reprodução