Quarta edição do evento discutiu as atuais propostas do mundo do trabalho, que atingem milhões de brasileiros
A quarta edição do Fórum Nacional de Debates Trabalhistas aconteceu na última quarta-feira (16), em Fortaleza. O evento contou com a participação de aproximadamente 300 pessoas de diversos estados do País, que puderam ouvir o que pensam os acadêmicos em relação a propostas que estão em tramitação no Congresso Nacional, como o PL da Terceirização, e temas atuais do mundo do trabalho, como o negociado sobre o legislado, desmonte das instituições trabalhistas, revisão da CLT, jornada de trabalho, impactos da reforma trabalhistas na organização sindical e trabalho em condições degradantes. Entre os participantes estavam membros de 19 sindicatos cearenses que compõem a base da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB).
Segundo o Procurador Regional do Trabalho no Ceará e organizador do Fórum, Francisco Gerson Marques, o evento alcançou o seu objetivo, que era levar para a sociedade uma discussão sobre os principais projetos de lei na área trabalhista.
“Existem muitos projetos que os estudantes e até mesmo alguns professores não conhecem, alguns a própria sociedade não fica sabendo. Abrimos essa discussão sobre a reforma trabalhista e compartilhamos com alunos que serão futuros profissionais de Direito. Eles precisam saber o que está acontecendo, porque mais adiante são eles quem vão fazer a interpretação e a aplicação dessas novas leis se realmente forem aprovadas. Nesse sentido, nós alcançamos nosso objetivo que era começar uma grande discussão”, falou Marques.
Os participantes interagiram ativamente no evento. “Além do bom número de inscritos, tivemos uma participação bem ativa por partes deles. As pessoas realmente discutiram os temas, pegaram o microfone e colocaram seus pontos de vista, e isso foi muito bom”, completou o organizador do Fórum.
Ainda segundo Marques, todos os participantes concordaram em um ponto: que o País está passando por um momento problemático nas relações de trabalho.
“Embora não havia sido combinado, houve uma convergência entre os participantes de que estamos passando por um momento de degradação das relações trabalhistas e das conquistas sociais. Essa convergência foi bastante significativa, uma vez que existiam estudantes, professores, sindicalistas, advogados, juízes e membros do Ministério Público”, explicou o procurador.
Para o vice-presidente da CSB, Francisco Moura, o evento foi muito positivo. “Nós, da CSB, presidimos a mesa de debate sobre a precarização, mas um dos temas mais discutidos entre todos foi o negociado sobre o legislado, que retira conquistas históricas para os trabalhadores, o que é um grande absurdo, porque um acordo desse fere a CLT e a Constituição”, disse Moura.
A próxima edição, que ainda não tem data, deve discutir as questões trabalhistas, mas de uma forma mais específica.
“Agora vamos fazer uma reflexão desse Fórum e decidir quais serão os próximos passos. Nosso propósito é incrementar essa discussão sobre a reforma trabalhista, agora em cima de alguns pontos específicos”, finalizou o procurador Gerson Marques.