Federações uniram forças com a Central pela ampliação das lutas da categoria
A Federação dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais da Bahia (FAFER – BA) e a Federação dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais de Minas Gerias (Fafer-MG) filiaram-se à CSB. O ato de filiação aconteceu em São Paulo, em uma reunião entre os presidentes das federações, Lucas Laudanio (FAFER – BA) e Gedir Santos (Fafer-MG), e o presidente da CSB, Antonio Neto.
De acordo com Lucas Laudanio, o fator que levou à filiação é o compromisso da CSB de praticar um novo sindicalismo, comprometido com os trabalhadores. “A Central tem uma proposta inovadora e a possibilidade de espaço e voz ativa para a categoria. A CSB tem o comprometimento de fortalecer e lutar pelos agricultores familiares. Queremos construir uma central forte, porque, assim, também seremos fortes. Queremos fazer parte da história dessa central”, afirmou.
Os princípios da CSB foram o que motivaram a filiação da Fafer-MG. “Nós temos uma longa história no movimento sindical. As outras centrais demonstraram não se importar com a causa da agricultura familiar.Ficamos um pouco descrentes com ações e representatividade dos trabalhadores rurais. E a CSB demonstrou comungar dos mesmos princípios e objetivos que nós. Temos a expectativa de que nossa representatividade seja bem mais forte e que a CSB atue pela nossas causas”, avaliou Gerdi Santos.
Segundo o presidente da CSB, para o movimento sindical, a agricultura familiar é a melhor forma de promover a inclusão e o desenvolvimento com sustentabilidade do campo, garantindo produção de alimentos com qualidade e em quantidade para atendimento à demanda da população. “Por isso, a nossa Central irá atuar fortemente na elaboração, negociação e difusão de políticas púbicas e programas destinados à agricultura familiar”, declarou Antonio Neto.
Agricultura familiar
A agricultura familiar é uma forma de produção onde predomina a interação entre gestão e trabalho; são os agricultores da mesma família que dirigem o processo produtivo, dando ênfase na diversificação e utilizando, essencialmente, o trabalho dos membros da família, eventualmente complementado pelo trabalho assalariado.
Esse tipo de cultivo é responsável por garantir alimentos saudáveis e de qualidade na mesa de brasileiras e brasileiros, tanto que 70% da produção de alimentos consumidos provêm deste setor – de acordo com dados Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) . “É por isso que a agricultura familiar é reconhecida como fundamental para promoção do desenvolvimento local com sustentabilidade econômica, social e cultural. Gera postos de trabalho em número bem maior que a agricultura empresarial, se preocupa com a sustentabilidade socioeconômica e ambiental, e preserva as tradições e os costumes locais”, explica Laudanio, da FAFER – BA.
Os desafios da agricultura familiar para atender à demanda por alimentos saudáveis e em quantidade são muitos, a começar pela renda, explica Santos. “Sem uma renda que garanta vida digna, as famílias continuarão abandonando o meio rural. A insuficiência de investimentos em infraestrutura produtiva, de beneficiamento, armazenamento, transportes e preços remuneradores, bem como o acesso a políticas públicas de cunho social como saúde, educação, previdência e transporte públicos, são fatores decisivos para a permanência das pessoas no campo. É necessário que sejam criadas mais políticas públicas que incentivem a produção familiar”, afirma o presidente da Fafer-MG.