Estabilidade do servidor é pilar de defesa do Estado, diz Esther Dweck em resposta à Folha

A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), Esther Dweck, respondeu a um editorial da Folha de S.Paulo publicado na primeira página do jornal neste domingo (7) atacando a estabilidade dos servidores públicos. O veículo classificou a estabilidade como uma “anomalia” em relação a outros países e defendeu uma revisão da estabilidade sob o argumento de “incentivar a produvitidade”.

Em sua conta no X, Dweck escreveu que o editorial da Folha “ignora que a estabilidade do servidor público não é privilégio, mas um pilar da defesa do Estado” e deu o exemplo recente ocorrido durante a pandemia de Covid-19, em que servidores denunciaram irregularidades na compra de vacinas, e também o caso em que servidores da Receita Federal barraram a entrada de jóias presentadas pela Arábia Saudita que estavam nas malas da comitiva do ex-presidente Jair Bolsonaro e não foram devidamente declaradas. “Sem estabilidade, isso seria possível?”, questionou.

“A estabilidade assegura uma burocracia profissional que atua independente de governos, protegendo servidores que denunciam irregularidades e garantindo a qualidade de políticas públicas essenciais. É ferramenta de defesa do Estado e não de privilégios individuais. Demissões de servidores sem processos robustos abrem portas para perseguições políticas e prejuízos em políticas públicas. Como resistir à pressão de desmatadores ou garantir a qualidade na educação se a estabilidade não proteger o trabalho dos servidores?”.

Ministra Esther Dweck, no X

A ministra rebateu a ideia de que a estabilidade é um empecilho à eficiência ou à prestação de um serviço de qualidade. Ela destacou que, desde o início do governo, a pasta tem promovido reformas com foco em “eficiência, integridade e continuidade”.

Um exemplo citado por Dweck foi o Programa de Gestão e Desempenho (PGD), adotado por 84% dos órgãos federais até o momento. Segundo explicou, o programa “fomenta uma gestão por resultados e não apenas por frequência, incentivando entregas de qualidade”.

De acordo com a ministra, em vez de eliminada, a estabilidade “deve ser acompanhada de processos permanentes de avaliação do desempenho, regras claras para progressão de carreira que considerem esses resultados e um processo de formação continuada”.

Além disso, Dweck argumentou que o Estado não pode ser gerido como uma empresa privada e que propor o fim da estabilidade para “aliviar” crises fiscais é um erro. “A experiência da pandemia mostrou o papel fundamental do Estado e do SUS. Não fosse a estabilidade e o preparo dos servidores, o impacto da crise seria ainda maior. É hora de aprender com essas lições, não retroceder. Precisamos de políticas públicas resultantes e profissionais preparados para enfrentar desafios”, afirmou.

Ela acrescentou ainda que os dados demonstram que os gastos com servidores não são motivo de preocupação fiscal: “gastos com servidores públicos federais permaneceram estáveis em % do PIB, mesmo com reajustes negociados. Em 2023, representam 2,61% do PIB e seguirão equilibrados até 2026”, apontou.

Leia também: Governo define regras do recesso de fim de ano para servidores federais

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Compartilhe:

Leia mais
regulamentação ia inteligência artificial
Regulamentação da IA é tema em destaque para centrais sindicais no Congresso
papa leão XIII e papa leão XIV
Com o nome Leão XIV, novo Papa homenageia Leão XIII, defensor dos trabalhadores e abolicionista
geração de empregos recorde em fevereiro
Procurador denuncia "pejotização" como forma de burlar direitos trabalhistas
csb centrais sindicais com ministro maurcio godinho tst
Centrais entregam agenda jurídica do movimento sindical ao vice-presidente do TST
csb menor (40)
Desigualdade de renda no Brasil é a menor desde 2012, aponta IBGE
csb menor (1)
Encontro Executiva Nacional CSB 2025: painel 6 – Trabalhadores e meio ambiente
ministro do trabalho luiz marinho em audiencia na camara
Ministro do Trabalho defende fim da escala 6x1 e jornada de 40 horas na Câmara
csb menor (2)
Centrais apresentam pauta prioritária e agenda legislativa em reunião no Congresso
painel 5 encontro executiva nacional csb 2025
Encontro Executiva Nacional CSB 2025: painel 5 – Agenda parlamentar sindical; assista
painel negociação coletiva
Encontro Executiva Nacional CSB 2025: painel 4 – Práticas antissindicais; assista