Encontro Regional da Feserp-MG tem debate entre parlamentares sobre temas cruciais para a Classe Trabalhadora

Na última segunda-feira (11), a Federação Estadual Única e Democrática dos Sindicatos de Servidores, Funcionários Públicos das Câmaras de Vereadores, Fundações, Empresas Públicas, Autarquias e Prefeituras Municipais de Minas Gerais (Feserp-MG), organizou um Encontro Regional na sede do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Juiz de Fora (Sinserpu-JF), o qual debateu a Reforma da Previdência, o fim da estabilidade no Setor Público, a extinção da Justiça do Trabalho, a precariedade geral das condições de trabalho nas prefeituras do estado, e a cruel Medida Provisória (MP) 873.

Pela manhã, houve abertura do evento, e em seguida, o deputado estadual do Partido dos Trabalhadores, Roberto Cupolillo (Betão), que discorreu sua palestra pela Reforma da Previdência enviada ao Congresso pelo presidente Jair Bolsonaro, demonstrando suas perversidades. Durante o debate foi divulgado o Dia de Luta Contra a Reforma da Previdência em nível nacional e municipal, que acontecerá em 22 de março.

Em seguida, uma segunda mesa composta por advogados, entre eles, o assessor jurídico da Feserp-MG, Dr. Eldbrendo Pereira Monteiro, os quais discutiram a Medida Provisória 873, de 1º de março de 2019, também de Bolsonaro. A proposta tem o objetivo de dificultar o desconto das contribuições sindicais, com a intenção de enfraquecer os sindicatos.

Pela tarde, o diretor da Sindicatos Online, André Rodrigues, fez uma curta palestra sobre o que é a empresa, seu campo de atuação, e como ela apoia os Sindicatos nesse duro momento pós Reforma Trabalhista, e destacou que não há só o interesse financeiro, mas que compreende e apoia a luta das entidades sindicais.

Logo após, os deputados federais, Julio Delgado e Margarida Salomão, compuseram uma mesa de debate com o presidente da Feserp em Minas, Cosme Nogueira, e do Sinserpu, Amarildo Romanazzi; e a coordenadora-geral do Sindicato dos Professores de Juiz de Fora (Sinpro), Aparecida Pinto Coelho. Os deputados convergiram no discurso contra a Reforma da Previdência, e colocaram como exemplo a situação no Chile, onde tem o maior índice de suicídio de idosos, devido as reformas implementadas por Paulo Guedes na época do ditador Pinochet.

Margarida ainda usou exemplos de países europeus como a Suécia e a Alemanha, onde os Governos também contribuem para as aposentadorias, não fica só por responsabilidade do contribuinte, e colocou como brutal a forma com que o Governo está propondo mudar o sistema previdenciário. A deputada expôs aos espectadores a situação de professores que tem um trabalho exaustivo, e ter seu tempo de contribuição aumentado, é desumano. Falam que professor aposenta com 50 anos e depois vai viver mais trinta, absurdo ter um pensamento como esse. Imagina uma senhora de 60 anos numa sala cheia de garotos com a faixa etária de 13, uma loucura. – afirmou a parlamentar.

Os dois deputados juiz-foranos comentaram pontos que consideram que estão entre os mais nocivos da proposta governista. “São os chamados ‘bodes na sala’. Precisamos ficar atentos, pois eles são colocados para depois o Governo recuar e fingir que a reforma é menos ruim. O bode sai, mas fica o cheiro”, afirmou Júlio, reforçando que a intenção de Paulo Guedes é por fim à previdência pública. Como ataques à população, os deputados apontaram o valor de R$ 400 (bem abaixo do salário mínimo) para o pagamento do benefício de prestação continuada (BPC) para idosos em condição de miséria entre 60 e 70 anos.

Os parlamentares ainda ponderaram sobre a argumentações do Governo de que a reforma apresentada tem por objetivo reduzir privilégios, destacando, principalmente, o fato de os militares terem ficado de fora do modelo de reforma apresentado até aqui. “E o Judiciário? E o Executivo? E as Forças Armadas? Ali estão os grandes privilégios”, considerou Júlio, destacando que há também privilégios no Poder Legislativo. Margarida reforçou a argumentação do colega de legislatura e afirmou que, para se combater privilégios e “fazer uma proposta séria”, é preciso “abrir a caixa preta da Previdência”. Os dois parlamentares disseram ainda, que, caso o Governo quisesse, de fato, extinguir privilégios não seria necessário sequer a apresentação de uma reforma ou de uma PEC.

Ao final do evento, os deputados declaram apoio aos Sindicatos e aos Trabalhadores, e se colocaram a disposição para qualquer dúvida e auxílio, acrescentando que a Reforma não passa de imediato, e leva no mínimo um ano e meio para ser aprovada.

O evento contou com a presença de sindicalistas e servidores da região, de cidades como Além Paraíba, Cataguases, Belmiro Braga, Matias Barbosa, Varginha, São Lourenço, Mar de Espanha e Rio de Janeiro. O evento foi essencial para unir forças e encaminhar as diversas resistências contra o atual Governo.

Cosme avaliou de forma positiva o Encontro Regional, e anunciou que outros Encontros Regioniais serão realizados, com a intenção de conscientizar toda a militância do grave momento que passa o país.

Fonte: Feserp-MG

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