Encontro no Rio discute limite de peso para movimentadores de mercadoria

Representantes dos trabalhadores querem a redução de peso para os profissionais da categoria

A Matriz de Competência, uma das principais comissões da área de segurança do Trabalho que há no País, realizou o terceiro encontro nacional, na semana passada, no Rio de Janeiro. Outras reuniões já aconteceram em Santos e em Brasília. Desta vez, o foco foi discutir as questões dos ambientes de trabalho dos trabalhadores que exercem o carregamento manual de sacarias em contêineres.

O 1º secretário de Segurança do Trabalho da CSB, Cláudio Ferreira dos Santos, o Kcau, e o secretário Nacional de Saúde CSB, Francisco Erivan Pereira, estavam presentes na reunião. Kcau avalia que a “reunião foi extremamente importante para esclarecimentos a respeito das questões da Segurança e Saúde do Trabalho dos profissionais que atuam nesta atividade”.

O dirigente explica que os encontros têm acontecido onde há atividade, e o “objetivo são as análises dos dados das doenças ocupacionais, de acidentes de trabalho e um mapeamento do número de afastamentos, quantidade de trabalhadores na função e quantos exercem suas atividades nas regiões do Brasil”.

Movimentadores de mercadoria
Durante o encontro, os representantes dos trabalhadores quebraram, segundo Kcau,
uma resistência do patronato, que insistia na questão de que haveria um impacto econômico se mudasse esse sistema na vida do trabalhador, ou seja, do peso que um movimentador pode carregar.

“Um representante fez uma fala que jamais iria atentar contra a garantia da segurança do trabalhador, mas a outra representante patronal falava da preocupação da atividade econômica. E isso, geralmente, precariza a atividade da segurança do trabalhador”, diz o 1º secretário de segurança do Trabalho da CSB.

 Ter dados concretos para trabalhar o tema é importante segundo o dirigente. “A participação do Ministério da Previdência e do Ministério da Saúde nestas discussões é fundamental, porque eles têm os dados que queremos”.

 Para Kcau, essa discussão é importante e urgente no Brasil. “É um universo de 5 milhões de trabalhadores, e enquanto o padrão internacional do peso que um trabalhador na movimentação pode carregar é de 25 quilos, aqui são, em média, 60 quilos e isso impacta na saúde, e é preciso fazer o patronato entender que também interfere no bolso dele”.

O secretário diz que em 2023 a indústria de cimento irá alcançar esse “padrão internacional” e reduzir o peso de 50 para 25 quilos. “A redução do peso é saúde e precisamos discutir essas questões específicas de cada categoria, chegar a dados micros e macros e ter um trabalho de conscientização de todos”, finaliza. 

 Leia sobre o segundo encontro em Brasília.

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