Encontro no final de junho discutiu saídas para que o País crie cultura da prevenção e melhore estatísticas
Centrais sindicais, entidades patronais e de trabalhadores e o Ministério do Trabalho discutiram um modelo de projeto piloto de capacitação para profissionais do Serviço Especializado em Engenharia e em Medicina do Trabalho (SESMT). A reunião é a segunda realizada pela Matriz de Competência, uma das principais comissões da área de segurança do Trabalho que há no País. O encontro aconteceu nos dias 28 e 29 de junho, em Brasília.
A CSB estava presente e foi representada pelo 1º secretário de segurança do Trabalho da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Cláudio Ferreira dos Santos, o Kcau. Essa foi a segunda reunião da comissão para tratar do tema. Há uma terceira já marcada para agosto. Kcau explica que o tema precisa ser discutido e ter um modelo mais sólido, já que no Brasil não existe a cultura da prevenção, fator levantado na primeira reunião do grupo. “O empresariado precisa treinar e depois colocar para trabalhar. A prevenção é o melhor caminho”, diz. Para isso, a comissão tem trabalhado para identificar um modelo de matriz para ser aplicado aos trabalhadores do Brasil.
Os profissionais do SESMT teriam um treinamento para depois serem agentes multiplicadores dessa política. “Esses profissionais estão nas empresas e eles precisam de investimento em capacitação para cumprir o trabalho de orientar tecnicamente as empresas quanto à segurança”, afirma Kcau.
A conclusão de um modelo que torne a teoria em prática deve sair apenas na próxima reunião, mas o secretário de segurança do Trabalho da CSB se mostrou otimista com o encontro no final de junho. “Foram solicitadas apresentações para que o Governo entenda os modelos e para que nós discutamos bastante o assunto”, diz o dirigente, que apresentou um caso de sucesso entre o estado de Minas Gerais, os sindicatos e uma associação de empresas de consultoria em Segurança e Saúde do Trabalho (SST), que têm feito um trabalho interessante na região.
Os dados de acidente de trabalho no Brasil devem ser tratados com seriedade. Segundo Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, desenvolvido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) , desde o começo de 2017, pelo menos um trabalhador brasileiro morreu a cada quatro horas e meia, vítima de acidente de trabalho.