Empresas que acabaram com home office perdem melhores profissionais, diz estudo

Após o fim da pandemia, diversas empresas optaram por acabar com home office ou o modelo de trabalho híbrido, obrigando funcionários a retornar aos escritórios cinco dias por semana. No entanto, responsáveis por recursos humanos afirmam que funcionários mais qualificados preferem demissão caso a empresa decida pelo modelo de trabalho presencial.

Apesar da tendência de endurecimento das políticas de retorno ao trabalho presencial de empresas como Amazon, Dell e PwC, um levantamento recente mostra que essas companhias enfrentam grandes desafios para preencher suas vagas.

Trabalhadores qualificados preferem ficar em casa

A pesquisa da Revelio Labs revela que empresas que não disponibilizam opções de trabalho remoto ou híbrido crescem menos do que as que optam por modelos mais flexíveis.

“As empresas que operam totalmente à distância ou adotam modelos flexíveis podem crescer mais rápido”, disse Loujaina Abdelwahed, economista da Revelio Labs.

Dados sobre empresas que anunciaram vagas desde junho de 2022 mostram que as que disponibilizam trabalho híbrido ou remoto apresentaram maiores taxas de crescimento do que as que oferecem apenas vagas 100% presenciais.

O estudo ainda conclui que as que não oferecem flexibilidade apresentam maiores dificuldades para preencher novas vagas em comparação com aquelas que adotam modelos de trabalho híbridos ou remotos.

Consequências do retorno ao presencial

Pesquisa realizada pelas Universidades de Pittsburgh, Baylor e pela Universidade Chinesa de Hong Kong concluiu que as políticas de retorno aos escritórios apresentam um forte impacto na rotatividade de funcionários em empresas do S&P 500.

Os profissionais mais qualificados estão saindo das empresas que avançam com regras de retorno ao trabalho presencial, provocando uma fuga de talentos devido à migração de profissionais para aquelas que continuam oferecendo trabalho híbrido ou totalmente remoto.

“Nosso estudo destaca a fuga de cérebros como um custo significativo dos mandatos de retorno ao escritório, mesmo para as maiores empresas do mundo”, apontam os pesquisadores.

Conciliar vida pessoal e profissional é prioridade

De acordo com o Estudo Personio de Recursos Humanos de 2024, realizado pela Personio, 51% dos 10.555 trabalhadores de RH entrevistados disseram que conciliar vida pessoal e profissional é prioridade na escolha de um emprego.

44% dos entrevistados revelaram que se sentem motivados a trocar de emprego no próximo ano, indicando que as políticas de retorno ao presencial aceleram esse processo.

A persistência das empresas em retornar aos escritórios, mesmo com as evidências científicas desaconselhando essa medida, fortalece teorias sobre demissões encobertas, táticas que algumas empresas utilizam para redução de pessoal com objetivo de evitar custos com indenizações.

Dados levantados pela BambooHR com profissionais de recursos humanos mostram que diversas empresas já esperavam que alguns de seus funcionários mais qualificados pedissem demissão ao serem obrigados a retornar ao escritório, provocando uma saída sem direito a indenização, reduzindo custos.

A pesquisa revela ainda que 18% dos gestores de RH entrevistados já esperavam uma maior taxa de pedidos de demissão devido às políticas de retorno ao presencial.

Com informações de Xataca Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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