Feita por Sindpd-SP, pesquisa aponta que oportunidades surgem, mas 23,42% vão demitir por falta de demanda de clientes
Enquanto a maior parte dos setores da economia brasileira amargam a retração na atividade e no mercado de trabalho, parte do setor de tecnologia da informação e comunicação (TIC) está contratando. Segundo levantamento do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo (Sindpd-SP), 14,5% de 150 empresas do setor consultadas responderam que possuem planos de contratação e ampliação das plantas.
A demanda, no entanto, não é suficiente para suprir a porcentagem de empresas que planejam demitir. Apenas 5,6% admitiram que vão despedir empregados por conta da pandemia, mas 23,42% avisam que vão demitir por causa da finalização de projetos. Isto indica que os clientes das empresas de TIC começam a sentir os efeitos da pandemia.
O Sindpd-SP reconhece que a ampliação dos efeitos de isolamento social e queda acentuada da economia do País poderão alterar esse quadro. No entanto, por enquanto, a maioria (56,4%) pretende manter seu número de colaboradores.
Outro problema apontado pelo levantamento é que alguns segmentos da área de TI estão tendo dificuldades por conta da inadimplência dos clientes ou pela redução acentuada das atividades dos tomadores de serviço, como é caso da área de exploração de petróleo, mas os demais estão com demanda em alta.
Acordos coletivos
Segundo o Sindpd-SP, até o dia 5 de maio, 87 acordos coletivos para redução de jornada foram firmados e cerca de 140 estão em negociação, abarcando um universo de 20 mil trabalhadores. Ainda segundo o sindicato, a maioria dos acordos firmados garantiram estabilidade de 120 dias a 180 dias, além de assegurar praticamente integral o salário nominal dos profissionais.
Por outro lado, observamos a ampliação acentuada do trabalho em home office, que já representava aproximadamente 8% de toda a contratação celetista do setor. A pandemia tenderá a aumentar o trabalho em home office em todos os setores e o setor de TI será ainda mais acentuado, podendo superar mais de 20% de todo o setor”, afirmou Neto.