Todos os candidatos à Presidência da República foram convidados a participar de seminário da Unifisco, realizado em São Paulo
O Seminário “Os desafios para o próximo governo – Justiça Fiscal e Combate à sonegação e corrupção”, organizado pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco Nacional), realizado em São Paulo (SP) com o apoio da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), teve em seu encerramento uma sabatina temática com presidenciáveis, moderada pelo jornalista, apresentador e editor-chefe do Jornal da Record News, Heródoto Barbeiro.
Apesar do convite feito aos seis candidatos mais bem colocados nas pesquisas eleitorais, o pedetista Ciro Gomes foi o único que compareceu ao evento e respondeu aos questionamentos pontuais sobre assuntos tributários realizados pela organização do evento.
Em sua fala, Ciro Gomes assumiu um compromisso com os auditores fiscais. Segundo o candidato, se for eleito, em seu governo não haverá Refis.
“Eu já anunciei e vou repetir, por favor, reproduzam: no meu governo, de quatro ou de oito, se for o caso, não haverá Refis, nenhum dia, nenhuma vez. Foi assim que eu governei o Ceará. Nos meus quatro anos de governo não houve Refis. Eu ainda vou olhar para trás, os que fizeram, se eu consigo ir atrás de alguma esculhambação. Quem vai pagar imposto, se tem o Refis do Refis? ”, questionou Ciro Gomes, que ainda falou de seus projetos para a reforma tributária.
“Primeiro atenuante é propor a ideia. Do general Dutra até hoje, todos os presidentes se elegeram com minoria no Congresso e todos tiveram poderes quase imperiais nos seis primeiros meses. Por tanto, se quer falar de reforma, de forma séria, serão nesses seis primeiros meses. Outro atenuante tem seu eixo na gravidade da Federação, negociar um novo pacto fiscal no redesenho do pacto federativo. E se persistir um empasse com todos estes esforços, vamos chamar o povo para votar através de plebiscito e referendo”, explicou.
O candidato também defendeu uma mudança no sistema previdenciário, passando de um regime de repartição para um modo de capitalização.
“O Brasil segue insistindo no regime de repartição, onde a geração, que trabalha hoje, financia a aposentadoria que passou. Quando nós montamos este regime o Brasil tinha seis trabalhadores ocupados formalmente para financiar um aposentado. Hoje, no mesmo critério, o Brasil tem 1,5 trabalhador ocupado para financiar uma aposentadoria com uma maior expectativa de vida. Esse regime é irreformável, por isso o Brasil precisa de um novo modelo previdenciário. E esse modelo se chama modelo de capitalização, onde a geração, que trabalha atualmente poupa para si mesmo. O valor de transição é alto, mas é praticável”, explicou Ciro, que ainda reafirmou seu compromisso com a reindustrialização do País, destacando a necessidade de um projeto nacional de desenvolvimento.