Em dia mundial, ONU pede salários melhores para professores

Em mensagem para o Dia Mundial dos Professores, lembrado nesta sexta-feira (5), cinco organizações internacionais denunciaram o “baixo prestígio” da profissão docente tanto em países ricos como nos pobres. Para agências da ONU, a carreira ainda não é valorizada de forma ampla no mundo — o que leva à falta de profissionais e, consequentemente, a violações do direito humano à educação.

 

Em mensagem para o Dia Mundial dos Professores, lembrado nesta sexta-feira (5), cinco organizações internacionais pediram “salários decentes” para a categoria e denunciaram o “baixo prestígio” da profissão docente tanto em países ricos como nos pobres. Para agências da ONU, a carreira ainda não é valorizada de forma ampla no mundo — o que leva à falta de profissionais e, consequentemente, a violações do direito humano à educação.

“Apesar de ter ocorrido um aumento geral no acesso à educação, mais de 263 milhões de crianças e jovens de todo o mundo não estão na escola. O impressionante número de 617 milhões de crianças e adolescentes – quase 60% mundialmente – não domina a alfabetização ou o numeramento (competências em matemática) básicos”, afirma o pronunciamento, assinado pela UNESCO, Organização Internacional do Trabalho (OIT), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Education International.

Os organismos lembraram que a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, adotada em 2015 pelos países da ONU, prevê a universalização da educação básica. Para cumprir o objetivo, será necessário “um aumento da oferta mundial de professores qualificados – cerca de 69 milhões a mais”, acrescentaram as instituições.

Em 2018, o tema do dia mundial é “O direito à educação significa o direito a um professor qualificado”.

De acordo com dados de 2017 do Instituto de Estatística da UNESCO (UNESCO-UIS), 85% dos professores da educação primária em todo o mundo são formados. Contudo, esse número esconde disparidades regionais significativas. Por exemplo, na África Subsaariana, apenas 64% dos professores primários têm formação. No Sul da Ásia, essa taxa alcança 71%.

Na avaliação das agências, “a escassez de professores dificulta os esforços para a obtenção de uma educação igualitária, inclusiva e de qualidade para todos – em especial em países afetados pela pobreza generalizada e por crises prolongadas e em regiões onde a população jovem apresenta um rápido crescimento”.

“As crianças mais pobres e marginalizadas, incluindo aquelas que vivem em áreas afetadas por conflitos, apresentam os maiores riscos de estar fora da escola ou de frequentá-la, mas com um baixo nível de aprendizagem”, completa o comunicado.

De acordo com as organizações signatárias da declaração, a demanda por novos profissionais de ensino leva governos de alguns países a adotar medidas inadequadas de compensação. Em certos casos, autoridades empregam pessoas com pouca ou nenhuma formação ou reduzem os requisitos de qualificação.

“Alguns professores recebem a solicitação de ensinar assuntos para os quais eles não têm nenhuma formação pedagógica. Em países de renda baixa, uma solução encontrada para o problema da escassez de professores foi o aumento drástico do tamanho das turmas, o que causa um impacto devastador sobre a qualidade da educação e sobre a carga de trabalho do docente.”

A África Subsaariana apresenta a proporção de 38 estudantes para cada professor na educação primária, comparado a 35 estudantes no Sul da Ásia.

O resultado dessas políticas, segundo as agências, é uma aprendizagem encabeçada por professores menos experientes, que trabalham sob regime de contratação temporária e que nem sempre recebem os cursos e treinamentos necessários.

“Apesar do reconhecimento difundido de que os professores são a chave para atingir a educação de qualidade para todos, a profissão docente ainda não é valorizada de forma ampla. Seu baixo prestígio impede esforços para recrutar e manter professores, tanto nos países ricos como nos pobres”, afirmaram as instituições.

O pronunciamento defende que os “governos devem demonstrar ao público que a profissão docente é importante, pelo pagamento de salários decentes e pela melhoria das condições de trabalho dos educadores em todos os níveis do sistema educacional”.

Cobrando “medidas corajosas dos Estados, a declaração pede que os docentes tenham acesso a oportunidades de aperfeiçoamento ao longo de suas carreiras. “A profissão docente ainda não é valorizada de forma ampla. Seu baixo prestígio impede esforços para recrutar e manter professores, tanto nos países ricos como nos pobres”, alerta o comunicado.

UNESCO premia iniciativas em prol ensino de excelência

Nesta sexta-feira, a UNESCO realiza em sua sede, em Paris, um debate sobre os professores e o direito à educação (das 10h às 12h, horário da capital francesa). A discussão antecede a cerimônia no mesmo dia do 5º Prêmio UNESCO Hamdan bin Rashid Al Maktum para a Excelência Acadêmica. Evento entregará a condecoração aos vencedores dessa edição. Iniciativa reconhece as contribuições notáveis para melhorar a qualidade do ensino e da aprendizagem.

Celebrado todos os anos desde 1994, o Dia Mundial dos Professores comemora a assinatura da Recomendação de 1966 da OIT/UNESCO sobre a carreira docente. As atividades para marcar a data são organizadas em parceria com o UNICEF, PNUD, OIT e a Education International.

Texto e foto: ONU

Compartilhe:

Leia mais
Sintrammar diretoria eleita 2025
Chapa 2 vence eleições do Sintrammar de Santos e Região, com Erivan Pereira reeleito presidente
reunião mesa permanente servidores federais 20-02-25
Em reunião, servidores federais cobram governo sobre pauta de reivindicações travada
saúde mental no trabalho nr-1
Empresas serão responsáveis por saúde mental dos funcionários a partir de maio
img-pagamentos-inss-mudanca-carnaval
Calendário de pagamentos do INSS terá mudanças devido ao Carnaval 2025; confira datas
mpt campinas investiga empresas por pratica antissindical
MPT investiga 32 empresas de SP por coagirem empregados a se opor à contribuição assistencial
servidores excluidos reestruração carreiras rs mesa fessergs
Fessergs e governo do RS formam mesa sobre servidores excluídos de reestruturação
trabalhador indenização cancer
Trabalhador será indenizado em R$ 500 mil por demissão após comunicar câncer
saque fgts nascimento filhos
Projeto que libera saque do FGTS por nascimento de filhos avança na Câmara
CNJ regras inteligencia artificial judiciário
Conselho aprova regras para uso de inteligência artificial no Judiciário
Trabalho imigrantes Texas Tesla e SpaceX
Empresas de Elon Musk usam imigrantes irregulares em obras no Texas, diz reportagem